15/08/2025 12h59
Mato Grosso do Sul inicia reorganização da rede hospitalar com novo modelo de atendimento
Projeto-piloto já está em funcionamento em Coxim, Ribas do Rio Pardo, Aquidauana, Maracaju e Sidrolândia
Hosana de Lourdes
A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul anunciou, nesta sexta-feira (15), uma ampla reorganização da rede hospitalar, visando melhorar o acesso e a eficiência no atendimento em todo o estado. A nova arquitetura da saúde, apresentada pelo secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, prevê a criação de um cinturão de hospitais de pequena e média complexidade para reduzir a pressão sobre as unidades de referência localizadas nos grandes centros, como Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá.
O modelo, que já está em fase de projeto-piloto em Coxim, Ribas do Rio Pardo, Aquidauana, Maracaju e Sidrolândia, tem como objetivo descentralizar o atendimento hospitalar, permitindo que procedimentos de baixa e média complexidade sejam resolvidos nos próprios municípios ou em cidades próximas, evitando deslocamentos longos e filas nas unidades maiores.
Entre as cidades que farão parte desse cinturão, estão Coxim, Paranaíba, Naviraí, Maracaju e Aquidauana. Essas microrregiões passam a ter um papel estratégico dentro de uma política de financiamento, para que possam exercer plenamente sua função como polos regionais. “Muitas vezes, o município já conta com uma boa estrutura hospitalar, com recursos humanos qualificados, e o Estado precisa incentivar para que eles possam produzir”, destacou o secretário de Saúde, Maurício Simões.
A mudança é uma proposta para melhorar o fluxo de atendimento e diminuir as filas. Ao analisar 4.637 leitos em 103 unidades de saúde do Estado, a PASA identificou que 40% dessas vagas estavam ociosas, ou seja, pacientes chegavam ao hospital e não recebiam atendimento. “São leitos que estão nas unidades hospitalares, mas que não resolvem o problema. Então o paciente entra em uma ambulância e vem para a capital, onde o número de leitos é insuficiente”, explicou Simões. O diagnóstico geral apontou baixa capacidade de resolução, hospitais ociosos, alto custo e sobrecarga nas unidades de referência. A nova arquitetura foi apresentada aos deputados estaduais na Assembleia Legislativa, aos prefeitos na Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul) e aos secretários municipais de Saúde.
O programa também altera a forma de financiamento da saúde. Haverá um incentivo fixo para que as unidades hospitalares mantenham sua estrutura aberta e funcionando, além de uma segunda linha de incentivo variável, vinculada à produtividade e ao número de procedimentos assistenciais realizados.
Segundo o secretário, essa estratégia representa um avanço na gestão da saúde pública estadual:
“Com o cinturão de hospitais, conseguiremos organizar melhor o fluxo de pacientes, evitando a sobrecarga dos hospitais de alta complexidade. Isso significa mais agilidade no atendimento, menos tempo de espera e maior eficiência no uso dos recursos públicos.”
Com a implantação gradual, a expectativa é que, nos próximos anos, todas as regiões do estado contem com unidades estruturadas para atender suas demandas específicas, integradas a um sistema de referência e contrarreferência que permitirá encaminhar apenas os casos realmente necessários para os hospitais de maior porte.
A proposta também inclui investimentos em infraestrutura, modernização de equipamentos e capacitação das equipes de saúde, reforçando o compromisso do governo estadual em oferecer um atendimento mais ágil, próximo e resolutivo à população sul-mato-grossense.
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