- mell280
29/07/2025 11h41
Tarifaço pode forçar empresas a operar com prejuízo para manter exportações
Com exportações sob ameaça e margens comprimidas, empresas brasileiras enfrentam um cenário de incerteza que pressiona indústria, agronegócio e o crédito
O governo brasileiro colocou em prática um plano de contingência comercial emergencial diante da decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de até 50% sobre produtos nacionais. A medida busca proteger setores estratégicos da economia por meio de linhas especiais de crédito, estímulo à diversificação de mercados e suporte a exportadores impactados, enquanto o país mantém a via diplomática aberta com Washington. A estratégia tenta equilibrar resposta prática e estabilidade institucional diante de um cenário de incerteza crescente. “Manter duas frentes, tanto a negociação quanto a preparação de um plano de contingência, é uma estratégia prudente e equilibrada. O mercado provavelmente reagirá com cautela, aguardando a decisão final dos Estados Unidos”, analisa Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.
Na prática, o governo tenta conter os danos comerciais de uma medida que ameaça comprometer contratos já firmados e travar novas negociações com o principal mercado de consumo do mundo. Empresas exportadoras podem ser forçadas a absorver os custos adicionais para manter clientes estratégicos, o que pressiona margens e dificulta o planejamento financeiro. “Normalmente quem manda em uma relação comercial é o comprador, então o grande problema do tarifaço é que é difícil substituir o EUA como cliente. Possivelmente, vai pressionar as empresas a venderem até mesmo com uma margem negativa e ficarem com o prejuízo da tarifa”, alerta Volnei. A manutenção das tarifas tende a comprometer o desempenho da balança comercial no segundo semestre.
O impacto direto sobre as exportações deve atingir com força a indústria e o agronegócio, setores que sustentam boa parte da economia brasileira e concentram parte significativa das vendas externas para os Estados Unidos. “Caso a tarifa seja implementada, haverá impactos diretos nas exportações brasileiras, afetando a competitividade de nossos produtos no mercado internacional e podendo pressionar setores como a indústria e o agronegócio. Isso, por sua vez, pode gerar uma desaceleração na economia, com reflexos no crescimento e nas taxas de emprego”, projeta o CEO da Multiplike. O efeito dominó pode levar à revisão de planos de expansão, cortes em postos de trabalho e redução de investimentos estratégicos em toda a cadeia produtiva.
Esse ambiente de instabilidade também alcança o sistema de crédito. Com margens apertadas e menor previsibilidade no cenário econômico, empresas tendem a adotar uma postura mais conservadora, enquanto instituições financeiras e gestoras aumentam a seletividade nas concessões. “Para as empresas, especialmente aquelas que dependem das exportações, essa situação pode significar custos mais altos, desafios no planejamento de produção e uma possível revisão de estratégias de mercado. Falando sobre o crédito para as empresas, com a economia mais imprevisível, empresários tendem a ser mais cautelosos na tomada de crédito, na mesma medida que a concessão fica mais restrita também”, conclui Volnei Eyng. Em meio ao impasse geopolítico, ganha força o debate sobre a necessidade de diversificar mercados, proteger cadeias e construir soluções financeiras mais resilientes.
Sobre a gestora Multiplike
https://www.multiplike.com.br/
Fundada em 1999, a Multiplike é a maior gestora exclusiva multisacado/multicedente e securitizadoras de crédito privado do país, especializada em antecipação de recebíveis e capital de giro. Com mais de R$ 50 bilhões em créditos cedidos nos últimos anos, a companhia atua nos principais mercados, tais como: construção civil, agronegócio e indústria.
Com mais de 310 colaboradores, a Multiplike possui uma carteira de mais de 4 mil empresas atendidas, se consolidando como a empresa com maior rentabilidade do setor financeiro da região sul do Brasil.
A empresa adota um modelo distinto em relação aos bancos tradicionais, baseando-se na alocação de recursos próprios como garantia para os investidores. Essa abordagem estratégica se traduz em vantagens substanciais, particularmente quando a economia demonstra estabilidade. Nesse cenário, a empresa pode capitalizar sua considerável capacidade de alavancagem, permitindo um crescimento mais acentuado. Isso se deve à confiança que os investidores depositam na Multiplike como parceira sólida e confiável.