25/11/2025 15h24
Brasil encerra COP 30 com avanços em adaptação, mas sem clareza sobre financiamento e transição energética
Conferência apresentou novos indicadores para adaptação climática, porém deixa lacunas importantes sobre recursos, metas e compromissos com a redução de fósseis
A COP 30 encerrou com a divulgação do texto da Conferência que estabelece novos indicadores para adaptação climática e reforça o papel estratégico das cidades e dos territórios na construção de resiliência. Apesar do avanço técnico, o documento chega sem respostas concretas sobre valores, cronogramas e mecanismos financeiros para implementação: um ponto crítico para países em desenvolvimento e para o Brasil.
Segundo fontes oficiais, a proposta final reforça a necessidade de ampliar sistemas de alerta, investir em infraestrutura resiliente e integrar ciência e dados na tomada de decisão. Contudo, permanece indefinida a fonte de recursos e a governança para viabilizar tais metas. Além disso, o texto apresenta sinais tímidos sobre a transição de combustíveis fósseis, evitando termos como “eliminação gradual” ou “phase out”, o que tem gerado críticas de especialistas e organizações climáticas.
De acordo com a presidente da Sustentalli, “o texto divulgado foi um sinal importante de que o mundo reconhece a urgência da adaptação climática, mas ainda estamos longe de transformar diagnóstico em execução. “Sem clareza sobre financiamento, prazos e responsabilização, corremos o risco de empilhar indicadores enquanto as comunidades permanecem vulneráveis. Para o Brasil, a COP 30 reforça que precisamos unir dados, governança municipal e inovação para reduzir riscos já visíveis e isso só acontece quando empresas e territórios trabalham juntos. A Sustentalli acredita que adaptação não é apenas técnica: é uma agenda social, econômica e de sobrevivência,” destacou Miriam.
No contexto nacional, o Governo Federal destacou a importância do Projeto AdaptAÇÃO, que prevê apoio técnico a dezenas de municípios vulneráveis, além do avanço em políticas de economia verde e instrumentos de carbono. Porém, analistas apontam que a falta de clareza internacional sobre financiamento pode afetar a velocidade de implementação.
“O Projeto AdaptAÇÃO é um passo decisivo para estruturar a resiliência urbana no Brasil, mas precisamos reconhecer que nenhuma política avança sem segurança financeira. A incerteza global sobre mecanismos de financiamento climático ainda limita a escala e a velocidade dessas ações. Para que adaptações deixem de ser pilotos e se tornem políticas permanentes, é essencial garantir fontes estáveis de recurso e métricas claras de impacto. Sem isso, municípios vulneráveis continuarão enfrentando desafios desproporcionais diante das mudanças climáticas”, analisa Miriam Lüttgen, presidente da Sustentalli.
Avanços reconhecidos
- Inclusão de indicadores internacionais que fortalecem o monitoramento da adaptação climática.
- Reforço ao papel das cidades e territórios como pilares da resiliência.
- Consolidação da centralidade da Amazônia e dos biomas tropicais como pauta estratégica do Brasil.
- Maior alinhamento entre políticas públicas urbanas, sociais e climáticas.
Desafios evidenciados
- Ausência de clareza sobre os valores destinados ao financiamento climático.
- Falta de consenso global sobre a transição de fósseis e metas de redução.
- Risco de que países em desenvolvimento não consigam implementar políticas sem apoio financeiro concreto.
- Necessidade de integrar empresas e governos em métricas confiáveis de risco climático e impacto.
SOBRE A SUSTENTALLI
Com sede em Alphaville (SP) e cooperados espalhados por todo o país, a Sustentalli é a primeira e única cooperativa nacional formada por especialistas em sustentabilidade e governança corporativa.
Reúne conselheiros de administração e consultivos, engenheiros ambientais, biólogos, geógrafos, advogados, jornalistas e profissionais de diversas outras áreas, comprometidos em apoiar empresas de todos os portes na transição para práticas mais sustentáveis, transparentes e éticas.
Seu propósito é gerar valor real, impacto positivo e resultados financeiros consistentes, fortalecendo o crescimento e a reputação das organizações, por meio de uma atuação colaborativa e inovadora. Sua metodologia se baseia nos principais frameworks e padrões globais, como GRI (Global Reporting Initiative), SASB (Sustainability Accounting Standards Board), TCFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosures) e CSRD/ESRS (Corporate Sustainability Reporting Directive / European Sustainability Reporting Standards), garantindo conformidade, transparência e credibilidade aos projetos que desenvolve. Com essa rede de especialistas distribuída em todas as regiões do Brasil, a cooperativa se consolida como uma referência em governança sólida, gestão sustentável e transformação empresarial com propósito.



