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Marcha Global por Justiça Climática exige 'COP da Verdade' e fim da dependência fóssil na Amazônia


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16/11/2025 08h40

Marcha Global por Justiça Climática exige 'COP da Verdade' e fim da dependência fóssil na Amazônia

Roberta Saviano


Em ato histórico, Ministras Marina Silva e Sônia Guajajara se unem a movimentos e líderes de 65 países, afirmando que a solução para a crise climática vem dos "guardiões da vida" e da construção de um novo "mapa do caminho".

A capital paraense está sendo palco de uma demonstração massiva de força popular e política com a realização da Marcha Global por Justiça Climática, no quinto dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

A Marcha reforça a voz do Sul Global com a adesão de mais de 50 mil pessoas de todo o mundo. O percurso é de 4,5 km, entre o Mercado de São Brás e a Aldeia Cabana, organizada em blocos de Movimentos Sociais, Internacionalistas e da Transição Justa.

O ato se traduz em um alerta contundente: os povos que resistem diariamente ao desmatamento e à ganância que mercantiliza a terra e a vida são os verdadeiros responsáveis por guiar a solução climática. O protesto é o principal contraponto político à cúpula oficial, unindo a agenda do governo federal e a voz da base em uma só praça.

As vozes da Amazônia: Sônia Guajajara e Marina Silva

O momento mais emblemático da manhã é a participação das Ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas), que endossam a Marcha, reconhecendo a rua como o espaço fundamental para a democracia e a justiça climática.

Sônia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas, destaca que a Amazônia se tornou o centro do debate global:

“Nós, povos indígenas, que sempre estivemos aqui, nos juntamos neste momento para receber o mundo. Chegou a vez da Amazônia falar para o mundo. Chegou a vez aqui de encontrarmos o Cerrado, a Mata Atlântica, o Pampa, o Pantanal, a Caatinga, que estão sendo igualmente destruídos. É por isso que aqui se torna, neste momento, a zona azul da COP30, onde se encontram os guardiões e as guardiãs da vida.”

A Ministra reafirma que o movimento indígena e os povos tradicionais são os responsáveis por resistir às mazelas causadas pela ganância.

Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, saúda o ato, contrastando a participação popular com o histórico de cúpulas fechadas:

“Em outras realidades políticas do mundo, aonde as manifestações eram feitas apenas dentro do espaço da ONU, agora, no Brasil, um país do Sul Global, de uma democracia conquistada e consolidada, sejam bem-vindos às praças.”

A Ministra repete o chamado do Presidente Lula, exigindo que a COP30 seja a "COP da verdade" e da "implementação", e que a prioridade seja o fim da dependência fóssil.

“Nós temos que fazer o mapa do caminho para a transição, para o fim da dependência de carvão, de petróleo e de gás. É fundamental que o mundo dê demonstração de que vamos sim adaptar. […] Nosso compromisso é desmatamento zero.”

Marina Silva reforça que a luta passa por combater o racismo ambiental, a destruição da Mãe Terra e a dependência dos povos diversos, reconhecendo o trabalho dos seringueiros, ribeirinhos, quebradeiras de coco e quilombolas.

Alerta e compromisso

A Marcha está organizada com base na urgência de fazer com que as vozes da rua – dos atingidos, das periferias, dos povos indígenas e dos trabalhadores – sejam escutadas nas mesas de negociação da COP30. O percurso de 4,5 km é um símbolo da resistência global que exige o cumprimento das metas climáticas e a construção de um Projeto de Transição Justa que saia da teoria e se torne prática no Sul Global.

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