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“‘Ficamos desesperados, era muito fogo’, diz vizinha sobre morte de família


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10/11/2025 14h29

“‘Ficamos desesperados, era muito fogo’, diz vizinha sobre morte de família

Por Gabi Cenciarelli e Bruna Marques


“Quando olhou pra dentro, já tinha um corpo ali, completamente queimado.” O relato de uma das vizinhas traduz o horror da madrugada em que Rosimeire Vieira de Oliveira, de 37 anos, o filho adolescente e a mãe dela, Irailde Vieira Flores de Oliveira, de 83, foram encontrados mortos dentro de casa, em Rochedo, a 83 quilômetros de Campo Grande. O ex-namorado de Rosimeire, Higor Thiago Santana de Almeida, de 31 anos, foi preso em flagrante e é suspeito de ter provocado o incêndio.
 
A tragédia começou silenciosa, pouco depois da meia-noite desta segunda-feira (10). Um dos vizinhos foi o primeiro a perceber as chamas e correu para avisar o restante da rua. “Meu cunhado passou e viu que a casa tava pegando fogo. Ele correu pra avisar meu marido, que pegou a mangueira e veio correndo. Quando conseguiu abrir a janela, não tinha mais o que fazer”, contou a moradora, que ajudou a conter o fogo.
 
Mulher, mãe e filho de 14 anos são assassinados e achados carbonizados
Sem o Corpo de Bombeiros na cidade, os próprios vizinhos tentaram controlar as chamas com o que tinham. “A gente ligou a mangueira no cano do vizinho, pegou outra de jardim e começou a jogar água. Só depois chegou um caminhão-pipa, mas o fogo já tinha destruído tudo”, lembrou. Ela contou ainda que o desespero tomou conta do grupo. “A gente achou que tinha mais gente viva aí dentro, mas não tinha. Ficamos desesperados. Era muito fogo e não tinha ninguém para ajudar.”
 
 
 
O incêndio se concentrava na sala. “Quebrou tudo. O fogo tava forte demais”, descreveu. Do lado de fora, moradores observavam sem poder fazer mais nada.
 
 
Uma das vizinhas da rua, de 76 anos, acompanhou de longe a movimentação. “O fogo estava por toda a rua. Estão achando que foi criminoso. Dizem que o rapaz com quem ela namorava era perigoso”, contou. Ela lembra que a família vivia em paz e que Rosimeire era reservada. “A gente nem via ela quase. Era uma vizinha boa, tranquila. Trabalhava, cuidava dos netos. Ficava mais dentro de casa.”
 
No dia do crime, os dois netos que costumavam ficar com a avó não estavam em casa. “Só o de 14 anos, que tava parado com a mãe”, explicou a moradora. Mais tarde, ela viu o momento em que os corpos foram retirados. “Foi muito triste ver três caixões saindo assim”, disse, emocionada.
 
“‘Ficamos desesperados, era muito fogo’, diz vizinha sobre morte de família
Casa onde incêndio matou três em Rochedo (Foto: Juliano Almeida)
As mensagens de socorro — horas antes do incêndio, Rosimeire enviou mensagens a familiares e amigos dizendo que havia alguém rondando a casa. A sobrinha dela, Rosilaine Gomes, de 28 anos, contou que a tia já havia demonstrado medo do ex-namorado. “Ela falou que ele tava apressando as coisas, queria morar com ela e ela não queria. Depois mandou mensagem dizendo que tinha alguém dentro da casa”, relatou.
 
Pouco tempo depois, a residência estava em chamas. O suspeito foi encontrado dormindo em casa e preso em flagrante. Mesmo negando o crime, ele foi visto por testemunhas chegando logo após o início do incêndio. Os corpos foram achados na parte central do imóvel, longe de portas e janelas, o que levanta a hipótese de que as vítimas tenham sido mortas antes do fogo.
 
A Polícia Civil segue investigando o caso. Este é o 35º feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2025, conforme dados da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública).
 
 
Interior da casa após incêndio criminoso (Foto: Divulgação)
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