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Diretora da ABPA vê mulheres do agro mais preparadas, mas ainda longe da liderança


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  • mell280

28/10/2025 06h39

Diretora da ABPA vê mulheres do agro mais preparadas, mas ainda longe da liderança

Daniel Gonçalves de Medeiros


Alves: ‘Reduzir desigualdade é fortalecer economias’

Mesmo bem formadas e com crescente nível de escolaridade, presença feminina na alta gestão do agro segue como desafio

 

 

 

O agronegócio brasileiro tem cada vez mais profissionais mulheres com boa formação e grau crescente de escolaridade, em proporções similares à disponibilidade de homens, embora ainda sigam com menos acesso a posições de liderança nas organizações.

 

 

A avaliação é de Sulivan Alves, diretora técnica da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), que falou na manhã de hoje (27) à empresários reunidos no Global Halal Brazil Business Forum 2025, evento realizado pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e pela Fambras Halal Certificadora na capital paulista até amanhã.

Voltado à discussão de oportunidades em segmentos de consumo muçulmano, chamados mercados halal, o evento teve um painel sobre a inserção de mulheres na economia global de bens e serviços halal, produzidos sob normas islâmicas. A ABPA reúne frigoríficos que exportam derivados de aves para países muçulmanos, integrando esse mercado.

Segundo disse Sulivan Alves, nas ciências agrárias, embora a proporção de profissionais mulheres tenha aumentado, o acesso ao topo segue restrito. “Apesar de o nível de escolaridade ter avançado — as mulheres não estão atrás em nível de conhecimento e preparação —, elas ainda estão atrás nas posições de liderança [...], na equidade salarial”, afirmou.

Alves fez ainda referência ao fato de que 36% da mão de obra do campo ligada à produção de alimentos é atualmente composta por mulheres, conforme dados recentemente divulgados pela FAO, a Organização das Nações Unidas para Alimentação. Nesse sentido, afirma, a inclusão de mulheres passa a ser uma questão também de segurança alimentar.

A executiva defendeu ainda que a equidade entre homens e mulheres no trabalho seja vista como estratégica. “Quando a mulher tem menor disparidade em relação aos homens, economias de maior equidade são mais desenvolvidas. Falar de mulheres no agronegócio, no trabalho em geral, é falar de economias sendo melhoradas”, seguiu.

O cenário retratado pela diretora da ABPA coincidiu com o relato de outras participantes do painel. Sarah El Gazzar, reitora da Faculdade de Transporte e Logística Internacional do Cairo, Egito, afirmou que o ensino superior egípcio forma cada vez mais mulheres para atuar no setor, mas as maiores conquistas delas ainda se restringem à academia.

“Há líderes mulheres na educação, na inovação, na regulamentação. Estamos abrindo as portas para em áreas técnicas. Elas estão estabelecendo padrões para a pesquisa e para a logística”, disse El Gazzar. “A logística é ainda um setor dominado por homens, embora existam jovens mulheres que gerenciam projetos de supply chain.”

Para a professora, no Egito, o desafio não é só facilitar o acesso de profissionais mulheres à liderança. É preciso também criar modelos de negócios com propósito e que estimulem o empreendedorismo feminino no setor logístico.

“A sustentabilidade da logística passa por um esforço coletivo de governo, universidades e organizações para dar suporte às mulheres, com financiamento, mentoria e oportunidades no comércio, no investimento, na educação e na pesquisa, mirando a liderança”, afirmou.

Além de Gazzar e Alves, o painel contou com a participação de Soha Chabrawi, gerente técnica da Fambras Halal Certificadora, e de Alessandra Frisso e Claudia Yazigi, ambas diretoras estatutárias da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e moderadoras.

O Global Halal Brazil Business Forum 2025 conta com patrocínio de MBRF (Marfrig/BRF), Modon, Seara Alimentos, Eco Halal, Emirates, Grupo MHE9, Prime Company, Carapreta Carnes Nobres e SGS.

###koreoficial.com.br/





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