- mell280
02/08/2025 09h21
Ex-funcionário revela falha no degelo de avião da Voepass antes da tragédia
Relato verbal sobre problema no sistema não foi registrado por escrito, o que permitiu que aeronave fosse liberada para voar. Falha é considerada crítica para segurança, segundo normas da aviação.
Quase um ano após o acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP), um novo relato traz à tona uma possível falha não documentada que pode ter contribuído para a tragédia. Um ex-auxiliar de manutenção da Voepass revelou ao g1 que o piloto que havia utilizado o avião ATR 72-500 na madrugada anterior ao acidente informou verbalmente à equipe técnica que o sistema de degelo estava apresentando problemas — mas a falha não foi registrada no diário de bordo da aeronave.
Segundo o ex-funcionário, que teve acesso à última manutenção feita antes do voo 2283, o piloto teria relatado que o sistema de degelo do avião estava se desativando sozinho durante o voo, o que não deveria ocorrer. Mesmo assim, como não houve anotação formal do problema no documento técnico obrigatório (TLB – Technical Log Book), a aeronave foi liberada para voar. “Essa aeronave nunca tinha apresentado esse tipo de falha.
Mas no dia do acidente, quando ela chegou de Guarulhos para Ribeirão, o comandante informou verbalmente que o sistema de degelo apresentou falhas. Ele acionava e o sistema desarmava sozinho. Isso não poderia acontecer”, afirmou a testemunha.
De acordo com o Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC), o sistema de degelo precisa estar em pleno funcionamento em voos com possibilidade de formação de gelo, como era o caso da rota entre Cascavel (PR) e Guarulhos (SP), realizada na manhã do acidente.