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Moradia: aluguel cresce e posse da casa própria cai em MS


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09/07/2025 09h41

Moradia: aluguel cresce e posse da casa própria cai em MS

Especialista explica que procura por aluguel cresce com mudança de hábitos e encarecimento do crédito imobiliário em Mato Grosso do Sul

Mariane Chianesi


 O sonho da casa própria, desejo de muitos sul-mato-grossenses, tem se tornado cada vez mais distante para grande parte da população. Com o aumento dos preços dos imóveis, aliado às altas taxas de juros e a dificuldade de crédito imobiliário, a estabilidade do imóvel próprio tem sido inviabilizada. Como reflexo, moradores têm procurado cada vez mais morar de aluguel. Os dados divulgados pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), no Perfil Estatístico de MS de 2025, mostram que a condição dos domicílios em MS mostra mudanças significativas dos anos de 2016, 2022 e 2023, dados mais recentes da PNAD Contínua.

No levantamento, mostra que houve uma queda constante no número de domicílios próprios já quitados, que passaram de 59% em 2016 para 49% em 2023. Isso indica que menos pessoas estão conseguindo adquirir e quitar sua casa própria.

Por outro lado, o percentual de domicílios próprios ainda em pagamento teve um leve crescimento de 8% em 2016 para 12% em 2022, mas caiu para 10% em 2023.

O dado mais expressivo é o crescimento do número de domicílios alugados, que aumentou de 20% em 2016 para 27% em 2023. Isso revela uma expansão do mercado de aluguel no estado.

Por fim, a proporção de domicílios cedidos, ou seja, ocupados sem pagamento (geralmente emprestados por familiares ou amigos), se manteve estável ao longo do período, em torno de 12% a 13%.

Mudança de hábitos dos moradores

A busca por imóveis para aluguel tem crescido em Mato Grosso do Sul, impulsionada por diversos fatores econômicos e comportamentais.

Ao Primeira Página, Roberto da Cunha, presidente do Creci-MS (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul), explicou que o aumento dos juros, que encarece o crédito imobiliário, e a busca por flexibilidade e mobilidade têm levado mais pessoas a optarem pela locação em vez da compra da casa própria.

Por anos, a compra de um imóvel foi vista como o principal símbolo de estabilidade financeira para o brasileiro. No entanto, esse ideal vem sendo substituído por novas preferências, especialmente entre as gerações mais jovens. 

“Muitos preferem alugar para estar mais próximos do trabalho ou para se adaptarem melhor às mudanças profissionais e pessoais”, afirma Cunha.

Essa mudança de comportamento também reflete um novo perfil dos consumidores.

“As novas gerações demonstram uma preferência maior por alugar, buscando flexibilidade e mobilidade geográfica, além de casarem menos e terem famílias menores. Mas o mercado imobiliário é muito sazonal, pois ao mesmo tempo, estamos falando também, numa geração que está investindo e muito em imóveis, como fonte de aplicação financeira”, explica.

O crescimento da demanda por aluguel tem pressionado os preços, especialmente diante da inflação e dos reajustes anuais dos contratos. Esse movimento mantém o mercado aquecido, detalhou o especialista. 

apartamentos
O financiamento é uma das principais opções de moradores que buscam sair do aluguel | (divulgação)

Cenário econômico não favorece compra

Segundo o presidente do Creci-MS, o cenário econômico tem dificultado esse processo. O aumento dos preços dos imóveis, as altas taxas de juros nos financiamentos e a dificuldade de acesso ao crédito são entraves significativos para quem deseja comprar.

A inflação e a instabilidade econômica também geram insegurança nos consumidores, especialmente na modalidade de financiamento, explica. Apesar dos desafios atuais, o presidente do Creci-MS demonstra otimismo em relação ao futuro do setor.

“Estamos com prognóstico de crescimento do PIB para 2025 de 2,21%, além de diminuição da taxa Selic para 2026, gerando um cenário promissor para mercado imobiliário e para os investidores”, conclui.

 





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