Digitalização e inclusão de pequenas empresas impulsionam o setor no Brasil e no mundo

As compras públicas são aquisições realizadas por governos ou entidades públicas que necessitam de bens e serviços. Essa prática está presente em diversos países e pode representar até 20% do Produto Interno Bruto (PIB) global.

Estima-se que esse mercado movimente cerca de 13 trilhões de euros anualmente, segundo levantamento da Spend Network, o que evidencia o potencial econômico dessa modalidade.

O Brasil também tem se destacado nesse cenário, com crescimento nos últimos anos. Dessa forma, o avanço representa uma oportunidade para empresas de diferentes portes, inclusive pequenas e médias.

Cenário global aponta otimismo e desafios

De acordo com dados da Webinarcare, os gastos globais com compras públicas alcançam aproximadamente 9,5 trilhões de dólares por ano. Esse valor reflete o volume das aquisições feitas por governos para manter serviços essenciais em funcionamento.

Apesar da relevância, grande parte desses recursos ainda é usada de forma ineficiente. Estimativas indicam que entre 10% e 25% dos contratos públicos são impactados por corrupção.

Outro desafio é a baixa participação das pequenas e médias empresas (PMEs). Segundo o Banco Mundial, a média global de envolvimento das PMEs nesse mercado é de apenas 18%, com variações por região: 12% no Sul da Ásia e 22% na África Subsaariana.

Entraves como burocracia, prazos longos e falta de acesso à informação dificultam a inserção dessas empresas. Por isso, ampliar essa participação pode favorecer o desenvolvimento econômico local em diversos países.

Brasil movimenta bilhões e busca ampliar participação de PMEs

No Brasil, as compras públicas têm ganhado destaque. Segundo o Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), entre janeiro e o início de maio foram registrados R$ 300 bilhões em licitações.

A região Sudeste lidera, com R$ 144 bilhões em compras homologadas. Minas Gerais aparece como o estado com maior volume, somando R$ 50 bilhões em investimentos.

Esse mercado representa uma chance para empresas de menor porte firmarem contratos com o setor público. No entanto, ainda enfrentam barreiras burocráticas que dificultam a participação, sobretudo entre pequenas e médias empresas.

Transformação digital moderniza licitações e atrai novos participantes

As compras públicas são vistas por muitas empresas como investimentos seguros e estratégicos. Além de contribuírem para um capital de giro mais eficiente, essas contratações esbarram, em muitos casos, em exigências legais que afastam parte do mercado.

Nos últimos anos, o processo de aquisição pública tem passado por mudanças com a adoção do e-procurement, que consiste na realização de compras em ambiente digital. Segundo especialistas da Ahlex, que atua no setor, essa transformação pode aumentar a competitividade e facilitar o acesso de PMEs.

Com a expectativa de que, até o fim de 2025, as compras públicas superem os R$ 600 bilhões registrados no ano anterior, a digitalização tende a ser um caminho promissor para a inclusão de empresas menores nesse segmento estratégico.