- mell280
09/07/2025 08h07
O tsunami da inteligência artificial já começou — e quem chegar primeiro vai levar o mercado
Com impacto projetado de até US$ 4,4 trilhões, IA generativa e agentes inteligentes redefinem o futuro das vendas. Executivos da McKinsey & Company e da Yalo mostram como empresas da América Latina estão reagindo
Empresas que não incorporarem inteligência artificial à sua operação estão com os dias contados. Essa é a avaliação de Javier Mata, CEO da Yalo, plataforma inteligente de vendas latinoamericana, durante painel promovido pela McKinsey & Company com executivos da América Latina. Ele defende ainda que, "em poucos anos, só existirão dois tipos de empresas: as que usam IA de forma estratégica e as que ficaram para trás".
A frase pode soar alarmista, mas os números dão razão ao executivo. De acordo com um estudo recente da McKinsey & Company, apenas o uso de IA generativa poderá gerar até US$ 4,4 trilhões em valor por ano — um volume equivalente ao PIB da Alemanha. O maior impacto, segundo Lucho Salcedo, senior partner da consultoria, será em áreas como marketing, vendas, em empresas de varejo e bens de consumo: “Só em vendas e marketing, o potencial de impacto é de US$ 1,2 trilhão. E, quando olhamos para o varejo, falamos de até US$ 390 bilhões. É um salto de produtividade inédito”.
Agora, o desafio é tornar todo esse potencial em realidade. Salcedo explica que 89% dos projetos de IA falham ao tentar escalar. “Muitas empresas fazem pilotos, mas não conseguem implantar de forma estruturada. Faltam clareza de valor, cultura de adoção e liderança ativa”, diz o executivo.
O painel apresentado pela McKinsey & Company também destacou o conceito de agentes inteligentes como uma das grandes promessas na atual onda de automação. Esses novos sistemas de IA são capazes de executar tarefas com autonomia, imitando o raciocínio humano e interagindo com clientes de maneira contextualizada. Em outras palavras: trabalhadores digitais que já estão sendo contratados por empresas de varejo, bancos e indústrias.
Recentemente, a Yalo lançou o Oris - o primeiro agente de vendas inteligente: um novo tipo de “funcionário digital” criado para vender como os melhores vendedores humanos, em escala e com base em dados. A solução pode triplicar as taxas de conversão em relação aos e-commerces tradicionais e aumentar o ticket médio em até 40%, além de permitir que qualquer empresa crie seus próprios “funcionários digitais”, ajustados a diferentes canais, segmentos e jornadas.
A empresa, que atende gigantes da indústria como Coca-Cola, Nestlé e Unilever, já implementa esses agentes em mais de 4 milhões de lojas e 100 milhões de consumidores, gerando mais de US$ 4 bilhões em vendas por ano. Os resultados apresentados pelo CEO da companhia vão desde o aumento de 44% no ticket médio, melhora de 48% no mix de produtos até a redução de atrito em jornadas de compra e atendimento automatizado em múltiplos canais, como WhatsApp, apps e sites.
“A promessa da digitalização falhou em muitos pontos. Sites ainda convertem apenas 0,3 de cada 10 visitantes. Lojas físicas convertem 3. O que falta? Um bom vendedor. Os agentes de IA estão trazendo isso de volta para o digital”, afirma Mata. E ele ainda alerta que as empresas que postergarem a adoção de IA vão enfrentar barreiras competitivas difíceis de reverter.
Lucho complementa a visão de Javier: “Em todos os setores, quem chega primeiro capta o maior valor. Estratégias do tipo ‘esperar para ver’ já se provaram ineficazes”. Mas não basta possuir a tecnologia, é preciso ter uma estratégia de negócio bem estruturada, que deve contar com clareza do valor a ser gerado, stack tecnológico flexível, talentos treinados em IA, estratégia de dados e produtos reutilizáveis e cultura organizacional preparada para adoção.
Para Javier, a IA não é mais assunto exclusivo da tecnologia. Todos, de marketing a operações, precisam entender como criar e usar agentes. “Não basta integrar um modelo como o ChatGPT e esperar resultado. Um agente em produção exige arquitetura robusta, curadoria de respostas, testes de escala e integração com sistemas de negócio”.
O CEO reforça que as empresas que vencerem a corrida da IA não eliminarão empregos, mas terão uma transformação nos papéis e maior eficiência de operação. “O vendedor, por exemplo, deixa de ser um operador de tarefa repetitiva e passa a ser um estrategista de relacionamento e crescimento. A IA cuida do volume, o humano cuida do valor”, diz Javier.


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Luiza Condado
Assessora de Imprensa
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