PUBLICIDADE
- mell280
10/12/2025 05h02
Plantio da soja em MS atinge 99,1% da área e supera média histórica
Chuvas no Centro-Sul impulsionam semeadura, que já alcança 4,79 milhões de hectares
Por Gustavo Bonotto
Mato Grosso do Sul atingiu 99,1% do plantio da soja na primeira semana de dezembro, conforme divulgados pela Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) nesta terça-feira (9). O avanço, segundo a entidade, ocorreu após semanas de chuva concentrada no Centro e no Sul, que garantiram condições rápidas de trabalho no campo.
O boletim aponta que o Sul lidera o avanço com 99,5% da área concluída, seguido pelo Centro com 99,1% e pelo Norte com 97,3%. A área estimada para o ciclo atual chega a 4,79 milhões de hectares, alta de 6% em relação à safra anterior, segundo projeção baseada no comportamento de expansão do cultivo. A produção esperada alcança 15,19 milhões de toneladas, com produtividade média calculada em 52,8 sacas por hectare.
A análise do clima mostra que novembro registrou volumes irregulares de chuva, com parte do Estado abaixo da média histórica. O Norte e o Bolsão enfrentaram déficit de precipitação, enquanto Centro-Sul, Leste e Sudeste receberam acumulados entre 90 e 180 mm. A estação de Amambai marcou o maior volume, com 272,4 mm, que representou desvio de 46% acima da média do período.
Indicadores de seca reforçam a preocupação para o início da safra, conforme mapas do SPI nas escalas de 3 e 6 meses. O Norte e o Bolsão registraram índices entre -1,3 e -1,6, o que caracterizou condição persistente de déficit hídrico. O Pantanal destoou desse cenário e apresentou SPI positivo na escala de 12 meses, reflexo de chuvas acima da média acumulada.
A previsão para dezembro, janeiro e fevereiro indica comportamento irregular da chuva, que pode oscilar acima ou abaixo do padrão histórico conforme a região. O Centro-Sul tem maior chance de registrar volumes menores, segundo a tendência climática analisada pelos modelos do Inmet. A influência de um La Niña fraco a moderado reforça a incerteza sobre a distribuição das precipitações, embora outros sistemas atmosféricos também afetem o Estado.
Em regiões - O monitoramento avaliou 4,79 milhões de hectares e classificou 87,3% das áreas com boas condições, 10,6% como regulares e 2,1% como ruins. O Norte mostrou 89,9% de lavouras em bom estado, enquanto o Nordeste marcou 77% e registrou 7,2% de áreas prejudicadas. O Oeste e o Centro concentraram os melhores índices, ambos acima de 96% de áreas favoráveis ao desenvolvimento das plantas.
No Sul, 33,2% das lavouras ficaram em condição regular, com destaque para municípios como Dourados, Angélica e Deodápolis, que apresentaram maior presença de pragas e falhas no estande. O Sudoeste manteve 91,5% das áreas em boas condições, com baixa infestação de plantas daninhas e pragas em níveis controlados. Na região Sul-Fronteira, 83% das lavouras receberam avaliação positiva, apesar da incidência moderada de buva, picão-preto e milho tiguera.
O Sudeste encerrou a rodada com 89% das áreas classificadas como boas, com cenário favorável em municípios como Itaquiraí, Jateí e Mundo Novo. Os técnicos destacaram baixa incidência de percevejo-marrom, vaquinha, tripes e caramujo, que se mantiveram dentro do nível esperado para o início do ciclo. A análise regional mostrou avanço homogêneo da cultura, com variações ligadas principalmente ao clima e à presença de plantas daninhas específicas.
Preço - O mercado interno registrou queda de 1,06% no preço médio da saca de 60 kg entre 1º e 5 de dezembro, que fechou a semana cotada a R$ 125,06. Campo Grande teve a maior desvalorização, com recuo de 2,9%, enquanto outras praças mantiveram estabilidade na comparação diária. No comparativo com o mesmo período do ano passado, a soja perdeu 7,02% em valor nominal.
O indicador Cepea/Esalq para Paranaguá marcou R$ 142,37 por saca em 8 de dezembro, o que representou leve alta de 0,44% na semana. A comercialização da safra 2025/2026 chegou a 22%, índice 10,8 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período do ciclo anterior. As negociações avançam com cautela, segundo analistas do setor, que classificam o ritmo como lento diante da instabilidade do mercado externo.
O relatório também trouxe análise do milho, que apresentou leve alta de 0,93% no preço da saca entre 1º e 5 de dezembro e foi cotado a R$ 54,38. Chapadão do Sul registrou valorização de 5,36%, enquanto as demais regiões mantiveram preços estáveis durante a semana. A comercialização do milho segunda safra atingiu 76% no período, índice 4,2 pontos percentuais acima do observado em 2024.


