28/11/2025 14h19
O que muda no mercado de trabalho em 2026 com o avanço da inteligência artificial
Relatório da OCDE mostra que a IA ainda está longe de reproduzir a inteligência humana. Para o BNE, o futuro do trabalho exigirá adaptação, aprendizado contínuo e equilíbrio entre tecnologia e sensibilidade humana
A inteligência artificial (IA) já faz parte do cotidiano das empresas e está transformando o mercado de trabalho em ritmo acelerado. Com 2026 se aproximando, a discussão deixou de ser se a tecnologia vai mudar as carreiras e passou a ser como os profissionais podem se preparar para isso.
Um relatório recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que, apesar dos avanços, a IA ainda está longe de reproduzir a inteligência humana em toda a sua complexidade. Os sistemas mais modernos, como os grandes modelos de linguagem, operam entre os níveis 2 e 3 de uma escala de cinco, o que significa que já executam tarefas sofisticadas e aprendem com grandes volumes de dados, mas ainda não alcançam o raciocínio humano em áreas que exigem julgamento ético, empatia, pensamento crítico e criatividade.
“A inteligência artificial vai continuar evoluindo, mas o diferencial humano está no que as máquinas ainda não conseguem fazer, como interpretar contextos, inovar, comunicar e decidir com base em valores”, afirma José Tortato, COO do Banco Nacional de Empregos (BNE). Segundo ele, 2026 será um ano-chave para consolidar uma nova lógica de trabalho, em que tecnologia e inteligência humana caminham lado a lado.
“O profissional do futuro é aquele que aprende rápido, usa a IA como parceira e sabe unir conhecimento técnico com sensibilidade humana. Esse equilíbrio vai definir o sucesso nos próximos anos”, completa.
Um retrato da inteligência artificial hoje
O estudo da OCDE, intitulado “Introducing the OECD AI Capability Indicators”, propõe uma metodologia inédita para comparar as capacidades da IA com as humanas. No domínio da linguagem, por exemplo, os sistemas atuais conseguem compreender e gerar textos com alta precisão, mas ainda falham ao interpretar nuances, ironias e contextos culturais.
No campo da criatividade, a IA pode combinar ideias e padrões, mas não demonstra originalidade genuína. E, no domínio da interação social, ainda está apenas no nível 2, conseguindo simular empatia em situações simples, mas sem compreender de fato emoções ou intenções humanas.
Essas limitações, segundo especialistas, indicam que a tecnologia não substitui o trabalho humano, mas o redefine. Para o COO do BNE, isso significa que o foco agora deve ser requalificação e desenvolvimento de novas competências.
O que o mercado vai exigir em 2026
Com base nas tendências observadas pelo BNE e nas conclusões da OCDE, o mercado de trabalho de 2026 deve valorizar principalmente cinco dimensões de preparo:
Aprendizado contínuo: O ritmo das mudanças tecnológicas exige atualização constante. Cursos rápidos e especializações se tornam fundamentais para acompanhar o avanço da IA.
Habilidades humanas: Criatividade, empatia, comunicação e pensamento crítico ganham valor justamente por serem difíceis de automatizar.
Domínio digital: Saber operar ferramentas de IA, interpretar dados e entender de automação deixou de ser diferencial. É o novo básico.
Flexibilidade: Profissões estão se transformando. Quem for capaz de se adaptar a novas funções e aprender com velocidade terá vantagem.
Inteligência emocional: Em um ambiente onde decisões são cada vez mais assistidas por algoritmos, a capacidade de liderar, mediar e lidar com a complexidade humana se torna central.
“As empresas já estão buscando profissionais híbridos, ou seja, gente que entende tecnologia, mas também sabe se comunicar, liderar e resolver problemas complexos”, explica Tortato. “O futuro do trabalho é colaborativo, com humano e máquina, lado a lado.”
Para o executivo, o cenário de 2026 será menos sobre substituição e mais sobre complementaridade. Profissionais que usarem a IA para potencializar suas funções, em vez de competir com ela, estarão um passo à frente. “A tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas continua precisando de propósito. E isso só quem dá é o ser humano”, conclui.
Sobre o Banco Nacional de Empregos
Há mais de 20 anos no mercado, o Banco Nacional de Empregos (BNE) é um dos sites de currículos mais importantes do Brasil. O principal objetivo é facilitar a interligação entre o empregador e empregado no mercado de trabalho de maneira rápida e eficiente. O BNE conta com mais de 135 mil empresas cadastradas, que buscam currículos diariamente e oferecem diversas novas oportunidades de trabalho todos os dias.




