27/11/2025 10h53
Esportes femininos disparam e abrem nova fronteira de investimento publicitário para 2026
Com receita global de US$2,35 bilhões e ROI acima do esperado, a categoria se consolida como uma plataforma estratégica para o mercado publicitário no próximo ano
O ano de 2025 marcou a consolidação dos esportes femininos como um dos pilares mais relevantes do mercado global de mídia e patrocínio. Impulsionado por recordes de audiência, crescimento de receita e retorno superior às expectativas, o segmento entra em 2026 com perspectiva de expansão acelerada.
Segundo a Women’s Sport Trust, 80% das marcas pretendem investir em esportes femininos até 2027, 85% devem manter seus aportes e 86% afirmam que o ROI foi igual ou superior ao esperado. O Women in Sports Review reforça: fãs do esporte feminino são 4,7% mais receptivos às marcas e têm 2,1% mais probabilidade de compra. Cada US$1 investido gera US$7,29 em valor de cliente.
“Esse avanço revela um novo espaço premium de mídia e branding, suportado por dados sólidos, audiência crescente e retorno comprovado”, afirma Bruno Almeida, CEO da US Media. “O esporte feminino é, atualmente, um dos terrenos mais sólidos para marcas que buscam crescimento com propósito, relevância cultural e resultado mensurável.”
Receitas bilionárias e novos motores de crescimento
O relatório da Deloitte (2025) projeta que os esportes femininos chegarão, até dezembro, a US$2,35 bilhões em receita global, quase o dobro de 2023. O basquete lidera essa expansão, representando 44% da receita (US$1,03 bi), enquanto o futebol responde por US$820 milhões.
Nas arquibancadas e plataformas digitais, novas estrelas ampliam o alcance da modalidade. A americana Ilona Maher tornou-se a jogadora de rúgbi mais seguida durante Paris 2024 e assinou como primeira embaixadora da Paula’s Choice, simbolizando a entrada definitiva do mercado de beleza no esporte.
Relatório da Women in Sport mostra ainda que, mesmo com apenas 43% da cobertura midiática, atletas femininas concentraram 53% do engajamento nas redes nos Jogos de 2024. No Brasil, 12 das 20 medalhas da delegação foram conquistadas por mulheres, reforçando o apelo cultural da categoria.
O protagonismo do futebol feminino
No Brasil, o futebol feminino vive seu momento mais forte. A final do Brasileirão Feminino 2025, em outubro, levou 41.130 torcedores à Neo Química Arena, superando jogos masculinos no mesmo fim de semana e registrando a maior renda da história da modalidade, chegando à R$1,23 milhão.
Para completar, a pesquisa “Consumo do Futebol Feminino”, da Dibradoras e Máquina, revela um público altamente engajado:
- 96% acompanham a modalidade semanalmente;
- 70% usam redes sociais diariamente para se informar;
- 82% preferem marcas que patrocinam o futebol feminino;
- 67% já compraram produtos oficiais;
- 80,8% pretendem comprar ingressos para a Copa do Mundo Feminina 2027, já conhecida por 94,8% dos entrevistados.
“Esse conjunto de indicadores mostra que o esporte feminino no Brasil não apenas cresce, mas mobiliza um consumidor com alto comprometimento e afinidade real por marcas investidoras”, reforça Almeida.
2026 e 2027: a janela mais estratégica dos últimos anos
Com receitas recordes, público mais engajado e uma agenda global de eventos cheia para os próximos dois anos, 2026 promete ser o ano das maiores oportunidades da história do esporte feminino para anunciantes, agências e plataformas de mídia. O especialista lista quatro movimentos predominantes para o próximo ano:
- Disputa crescente por patrocínios premium
Deloitte aponta que 54% da receita global dos esportes femininos em 2025 veio de patrocínios e parcerias comerciais, proporção que deve crescer em 2026 à medida que mais categorias disputam espaço e novas atletas ascendem globalmente. - Avanço das transmissões e inventário digital
O broadcast subiu para 25% da receita em 2025 e impulsionou OTTs, streamings e publishers esportivos. “Além dos broadcasters tradicionais e das OTTs globais, aplicativos esportivos como o OneFootball, que permite a segmentação de conteúdo, realização de uma curadoria dedicada à categoria, reforçando cobertura de ligas, seleções e torneios femininos, é a grande aposta para as marcas atingirem com precisão o público alvo,” analisa o executivo. - Eventos globais acelerando o ciclo
A final da Rugby World Cup 2025 bateu recorde de público, reunindo 81.885 pessoas no estádio e reforçando o apetite do público por grandes eventos femininos. A Copa do Mundo no Brasil em 2027, será o maior gatilho de investimento esportivo da década para marcas brasileiras. - Consolidação de ligas, campeonatos e novas estrelas
Eventos como o “March Madness” feminino, a temporada 2025 da NWSL nos EUA, e o Campeonato Brasileiro Feminino registraram audiências recordes e aumento de receita publicitária, se despontando no mercado de competições. Além disso, a ascensão de figuras como Ilona Maher, Rebeca Andrade e outras atletas de forte apelo digital, como a Marta no futebol, continuará impulsionando o merchandising, contratos de mídia e novos mercados.
“As marcas que entenderem desde agora a progressão dos esportes femininos, que os dados de mercado visivelmente nos mostram, vão liderar essa conversa com o consumidor. Não se trata apenas de representatividade, mas de eficiência, escala e construção de marca,” conclui Almeida.




