- mell280
24/11/2025 11h19
Sete em cada dez idosos terão problema no coração: o que fazer para envelhecer com saúde
Mudanças no corpo e nos vasos são inevitáveis, mas hábitos saudáveis e exames preventivos podem preservar a força do coração mesmo após os 70 anos
Envelhecer faz parte da nossa jornada e traz mudanças inevitáveis em todo o corpo, especialmente no sistema cardiovascular. O coração, órgão vital, passa por alterações estruturais e funcionais com o avanço da idade, tornando-se mais suscetível a uma série de problemas, como hipertensão, aterosclerose, arritmias e insuficiência cardíaca.
De acordo com um estudo do National Institutes of Health (NIS), pelo menos 70% das pessoas com mais de 70 anos desenvolverão alguma forma de doença cardiovascular. A ciência mostra que, apesar das transformações, é possível manter um órgão funcional e resiliente, desde que bons hábitos sejam adotados e monitorados ao longo da vida.
Por que o risco cardiovascular aumenta com a idade
Há várias razões para o coração “envelhecer” ao longo dos anos: com o avanço da idade, a espessura do músculo cardíaco aumenta, o que pode reduzir a eficiência no bombeamento de sangue. Ocorre também endurecimento das artérias e diminuição da complacência vascular, que dificulta o fluxo e eleva a pressão sobre o sistema vascular.
Mesmo indivíduos sem hipertensão ou doenças cardíacas aparentes podem sentir que o coração “não responde” como antes, mais acentuado durante atividades físicas. Um estudo publicado na Revista Circulation Research destaca esse processo de envelhecimento cardiovascular como multifatorial, com piora em idosos por causa da combinação de fatores comportamentais e fisiológicos.
Dados recentes que acendem o alerta
Outro estudo da American Heart Association, baseado na métrica “Life’s Essential 8” (oito componentes para saúde ótima do coração e cérebro), analisou adultos com 65 anos ou mais nos EUA entre 2013–2018: aqueles com hipertensão, histórico de AVC ou insuficiência cardíaca tiveram queda significativa no escore de saúde cardiovascular.
Entre pessoas com histórico de insuficiência cardíaca, a média caiu de 60,9 para 51,6. A maioria dos adultos norte-americanos têm uma “idade do coração” maior que a cronológica, por vezes mais de dez anos de diferença. Em média, mulheres tinham idade do coração de 55 anos enquanto sua média cronológica era 51, já os homens tinham 56 anos contra 49 anos, respectivamente.
Ainda vale destacar que a prevalência de fatores de risco cardiovascular (pressão elevada, colesterol, glicemia alterada, índice de massa corporal alto) cresce com a idade, das pessoas com 60 anos ou mais, apenas 24,7% não tinham nenhum fator de risco, segundo as avaliações.
É possível envelhecer com um coração saudável?
O segredo está em adotar, o quanto antes, um estilo de vida que favoreça o sistema cardiovascular. As principais indicações são manter peso adequado, adotar alimentação rica em vegetais e pobre em gorduras saturadas e sal, praticar atividade física, evitar tabaco e consumo excessivo de álcool.
Controlar doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Caminhadas contínuas de 10–15 minutos conseguem reduzir em até dois terços o risco de eventos cardiovasculares em idosos, comparado a caminhadas fragmentadas.
Realizar check-ups regulares também é indispensável, onde o uso de um eletrocardiógrafo em exames periódicos ajuda a capturar alterações precoces da atividade elétrica cardíaca, como arritmias ou bloqueios, que podem comprometer a qualidade de vida na terceira idade.
Conclusão: tempo, hábito e monitoramento são aliados
Envelhecer com um coração saudável não é um mito, no entanto, não é automático. É o resultado de escolhas consistentes, de acompanhamento contínuo e de adaptação às mudanças do corpo. Para quem está entrando na terceira idade ou já está nela, saiba que não está condenado a uma vida limitada por doença cardiovascular: o coração pode funcionar bem, com uma rotina de hábitos saudáveis, acompanhamento médico e estilos de vida ajustados ao longo dos anos.


