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O impacto do 13º salário no comércio


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22/11/2025 05h12

O impacto do 13º salário no comércio

Julia Estevam


Aleksandra Sliwowska Bartsch Cabrita*

O 13º salário injeta bilhões de reais na economia brasileira todos os anos. Só em 2025, segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), estão previstos R$369 bilhões a mais na economia, o que representa 2,9% do PIB.  Mais do que um direito trabalhista, ele representa um dos principais motores de consumo no país, influenciando diretamente o comportamento do consumidor e a dinâmica do comércio.

Mas qual é, de fato, o impacto econômico gerado pelo pagamento do 13º salário? No aspecto direto, há um aumento significativo no consumo de bens e serviços, especialmente em categorias ligadas às festividades de fim de ano. Indiretamente, o 13º salário contribui para a geração de empregos temporários, incremento na arrecadação tributária e estímulo à produção industrial.

O último trimestre do ano é tradicionalmente marcado por um aumento expressivo nas vendas do varejo, fruto da combinação do 13º salário com datas comerciais como a Black Friday e o Natal.

Além das compras relacionadas às festas, muitos consumidores aproveitam o 13º para adquirir produtos de maior valor agregado, ou para antecipar gastos do início do ano, como material escolar e impostos. Essa dinâmica reforça a importância do planejamento estratégico por parte das empresas, que precisam preparar estoques, fazer campanhas de marketing e ajustar operações logísticas para atender à demanda.

Não é apenas o comércio que se beneficia do 13º salário. O setor de serviços também registra crescimento significativo, especialmente em áreas como turismo, gastronomia e beleza. Com mais dinheiro disponível, muitas famílias optam por viajar, frequentar restaurantes ou investir em cuidados pessoais.

O impacto do benefício não é homogêneo entre os setores da economia: alguns segmentos do varejo e serviços se destacam por absorver a maior parte da renda extra disponível. Entre eles, é possível citar moda e vestuário, eletrônicos e eletrodomésticos, alimentação e supermercados, além de turismo e lazer.

Embora o consumo seja uma das principais destinações do 13º salário, não é a única. Segundo a Agência Brasil e o próprio DIEESE, uma parcela significativa da população utiliza esse recurso para quitar dívidas ou poupar. Em um cenário de juros elevados e inflação persistente, a prioridade de muitos brasileiros é reduzir o endividamento, especialmente no cartão de crédito e no cheque especial.

O 13º salário é um elemento-chave para dinamizar a economia. Sua influência vai além do aumento do consumo, impactando setores diversos, gerando empregos e estimulando a arrecadação tributária. Para o varejo, esse período representa uma oportunidade estratégica que exige planejamento, inovação e capacidade de adaptação.

Grandes redes já demonstram a forma como transformar esse momento em vantagem competitiva, utilizando campanhas agressivas, integração digital e foco na experiência do cliente. Em um cenário de desafios econômicos, a capacidade de oferecer valor, conveniência e confiança será determinante para capturar a atenção do consumidor e garantir resultados positivos.

*Aleksandra Sliwowska Bartsch Cabrita é Professora de Economia da UNINTER, Mestre em Engenharia de Produção e Doutora em Gestão da Inovação Tecnológica.

 

 





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