14/09/2025 07h29
Super Quarta deve trazer volatilidade para os mercados; especialista aponta os setores e classes de ativos mais sensíveis
Por Mariana Pulegio, CFP® - Planejadora Financeira CFP®, assessora de investimentos e sócia da WIT Invest
Após a Super Quarta, a volatilidade no mercado deve se manter elevada, diz Mariana Pulegio - Créditos: Divulgação
- Quais classes de ativos podem se beneficiar ou sofrer mais com os desdobramentos desta Super Quarta?
Falando da renda fixa, se o Copom mantiver a Selic estável (em torno de 15 %), os títulos pré-fixados e atrelados à inflação podem continuar pagando bem, mas a reação vai depender do comunicado e viés, que ainda pode ser sinalizado como hawkish. Na renda variável, cenários os cortes de juros geralmente favorecem ações, especialmente setores sensíveis à taxa de desconto como bancos, varejo e consumo, porém, como a expectativa ainda é de manutenção, esse cenário é incerto. Já falando de dólar, cortes no Fed tendem a enfraquecer o dólar, portanto o real pode se valorizar. Ao contrário, manutenção ou alta dos juros nos EUA pode fortalecer o dólar.
- Quais são as expectativas para a decisão do Copom nesta Super Quarta? O mercado espera manutenção ou corte da Selic? Qual seria o impacto de cada cenário?
Em geral, é a manutenção da Selic em 15% ao ano. O cenário de inflação ainda exige cuidado, e muitos analistas apontam para estabilidade na taxa. Sinal mais “hawkish” (duro) pode manter a confiança do mercado na âncora da política monetária, mas limita os estímulos à economia. Caso o Copom sinalize diminuição (o que o mercado não espera) geraria euforia no mercado, valorização dos ativos de risco, quebra de expectativas de controle e, consequentemente, a curva de juros e o câmbio reagiriam com forte volatilidade.
- E quanto ao Fed, há espaço para corte de juros?
Grande consenso aponta para queda de 25 bps, com uma fatia menor imaginando até 50 bps. Alguns analistas apontam que um corte de 25 bps já está praticamente precificado. 50 bps é possível, mas menos provável. A continuidade de cortes nos próximos meses também está no radar.
- Como as decisões de Copom e Fed, em conjunto, podem influenciar o câmbio?
Se o Copom mantiver os juros e o Fed cortar, o real tende a se valorizar com maior fluxo para ativos brasileiros. Se ambos mantiverem, o dólar pode seguir mais estável, ainda que fatores domésticos, como o fiscal, pesem. Já um corte do Copom combinado com estabilidade nos EUA reduziria o diferencial de juros, enfraquecendo o real e gerando maior volatilidade no câmbio.
- Qual deve ser a reação da bolsa brasileira após a Super Quarta?
A reação deve acompanhar a combinação de decisões. Se o Fed cortar e o Copom mantiver, o Ibovespa pode reagir positivamente, com fluxo para ativos de risco e setores cíclicos. Caso ambos sinalizem estabilidade, a bolsa tende a mostrar movimentos mais moderados, ajustando posições de curto prazo. O histórico recente mostra que qualquer indicação de afrouxamento monetário nos EUA já tem sustentado altas na bolsa brasileira.
- Investidores devem esperar maior volatilidade nos dias seguintes?
Sim. A Super Quarta, por reunir decisões de dois dos principais bancos centrais do mundo, naturalmente amplia a oscilação dos mercados. Nos dias seguintes, a volatilidade deve se manter elevada, tanto por ajustes de portfólio quanto pela leitura mais fina dos comunicados oficiais.
- Se houver corte de juros no Brasil, isso pode atrair fluxo para renda variável no curto prazo?
Um corte da Selic teria esse efeito imediato, reduzindo a atratividade relativa da renda fixa e incentivando a busca por retorno em ações e fundos mais arrojados. Esse movimento, contudo, dependeria da leitura do mercado quanto à sustentabilidade fiscal e à percepção de credibilidade da política monetária, mas o impacto inicial seria sim positivo para a renda variável.
Mariana Pulegio, CFP® - Planejadora Financeira CFP®, assessora de investimentos e sócia da WIT Invest - Créditos: Divulgação
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