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- mell280
12/08/2025 07h34
Dólar fecha em alta a R$ 5,44 e mercado acompanha tarifaço dos EUA
Moeda reage à tensão comercial; bolsa recua e governo prepara plano contra tarifas
Por Gustavo Bonotto
O dólar comercial subiu 0,14% nesta segunda-feira (11), fechando a R$ 5,44. A alta ocorreu em meio à expectativa pelas medidas do governo para responder à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A valorização refletiu também declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, encerrou o dia com queda de 0,21%, aos 135.623 pontos. Investidores reagiram ao cenário externo e à percepção de risco interno, com destaque para o impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos.
O governo federal pretende anunciar até esta terça-feira (12) um pacote de medidas para mitigar o impacto do "tarifaço". A proposta está sendo discutida entre ministérios e deverá incluir ações de contingência para proteger empresas exportadoras.
No mercado financeiro, a fala de Galípolo ganhou atenção. Ele afirmou que o tarifaço pode representar uma “oportunidade de proteção” devido à menor dependência comercial do Brasil, mas alertou para o risco de freio na economia. O presidente do BC reforçou que a Selic continuará em nível restritivo para conter a inflação.
Relatório divulgado pela Moody’s Analytics estimou que as tarifas dos EUA podem reduzir o PIB brasileiro em 0,2%. Apesar disso, a instituição avalia que o aumento das exportações para a China pode amenizar os efeitos negativos.
O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, mostrou redução da projeção de inflação para 2025 pela 11ª semana seguida. A estimativa para o PIB caiu de 2,23% para 2,21%, enquanto a previsão da Selic permanece em 15% ao ano.
No exterior, Wall Street fechou em baixa após Donald Trump (Republicano) prorrogar por 90 dias a trégua tarifária com a China. Investidores aguardam os dados de inflação dos Estados Unidos, que podem influenciar a decisão do Federal Reserve sobre juros na reunião de setembro.