Além de apresentar os avanços alcançados no ciclo 2024/2025, o evento também definiu propostas de melhoria e delineou as atividades previstas para o novo ciclo 2025/2026. A parceria com a Embrapa Cerrados promove a capacitação da equipe técnica local e adaptação de tecnologias em meio real, por meio da instalação, condução e avaliação de Unidades de Referência Tecnológica (URTs). Essa abordagem está alinhada à estratégia da Embrapa para o Noroeste de Minas Gerais, que visa impulsionar o desenvolvimento territorial a partir do fortalecimento da cadeia produtiva do leite na agricultura familiar.

Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Valadares Xavier, a entrada da Embrapa no projeto, em 2024, representou uma oportunidade concreta de expandir o trabalho que já vem sendo realizado na região. Ele destacou que, mesmo em um contexto climático desafiador, os resultados do primeiro ano foram animadores. “A partir de parâmetros técnicos estabelecidos no início do projeto, foi possível observar melhorias significativas em indicadores como renda agrícola, produção diária de leite, custo por litro produzido, além de produtividade e gastos nas lavouras de milho para silagem”, pontuou. 

A pecuária de leite é a principal fonte de renda dos 40 produtores acompanhados pelo projeto, mas outras atividades também compõem o sustento dessas famílias. “A escassez de volumoso compromete diretamente a produção de leite na seca, afetando a renda familiar. Mesmo com as adversidades climáticas no final do ciclo 2024/2025, os resultados foram bastante positivos. São indícios claros de que é possível melhorar os sistemas de produção dos agricultores da região”, avaliou Xavier.

De acordo com o pesquisador, as unidades de referência tecnológica instaladas em algumas lavouras permitiram testar estratégias para mitigar riscos climáticos, especialmente diante da ocorrência de veranicos prolongados nas áreas de baixa altitude da região, conhecidas como “vão”. Nessas localidades, o risco climático é elevado e compromete fortemente a produção de milho para silagem — insumo essencial para a alimentação dos rebanhos durante o período seco.

Programação do evento

A abertura do evento foi feita por Marina Noronha, coordenadora de gestão social da Unidade Vazante da Nexa, que apresentou o projeto Nexa Transforma. Na sequência, o pesquisador da Embrapa detalhou a metodologia de coleta de dados nas propriedades e explicou como os indicadores estão vinculados ao cálculo da renda agrícola. Os resultados desse indicador no último ciclo foram apresentados aos produtores, que também receberam ferramentas para acompanhamento mensal nas propriedades.

As técnicas Andressa Guimarães (médica veterinária) e Nauize Silva (engenheira agrônoma), da equipe local, apresentaram os indicadores de produção agropecuária das propriedades acompanhadas. Na segunda parte do encontro, o analista da Embrapa Cerrados Carlos Eduardo Santos conduziu uma dinâmica de grupos com produtores e técnicos, visando identificar oportunidades de aprimoramento das ações para o próximo ciclo.

Sobre o projeto

O projeto Nexa Transforma – Frente Geração de Renda é uma iniciativa da Nexa Resources — empresa global de mineração e metalurgia com foco em zinco, cobre e chumbo — que busca aumentar a renda de produtores em áreas onde atua, por meio da adoção de práticas sustentáveis e do fortalecimento de cadeias de valor locais. Além de oferecer capacitação e assistência técnica, o projeto promove a integração entre a empresa e as comunidades do entorno. Iniciado em Vazante (MG), as ações já se expandiram para localidades como Morro Agudo, em Paracatu. O principal objetivo da iniciativa, que também conta com a parceria do Sebrae, é fortalecer a agricultura familiar, garantir a sustentabilidade ambiental e fomentar a autonomia econômica das famílias do campo.

Acesse aqui os primeiros resultados referentes às URTs conduzidas em Vazante (MG).