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Mesmo com a alta dos preços de insumos, produtores continuam investindo em conhecimento e soluções assertivas


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  • mell280

02/07/2025 14h53

Mesmo com a alta dos preços de insumos, produtores continuam investindo em conhecimento e soluções assertivas

Relação de troca volta a níveis críticos de 2022 e pressiona margens agrícolas em meio às incertezas sobre oferta global e estabilidade de preços da soja

Fábio Bouças


 

A disparada nos preços dos fertilizantes voltou a colocar o agronegócio brasileiro em estado de alerta. Após meses de relativa estabilidade, os custos dos insumos escalaram abruptamente. A relação de troca, que mede quantas sacas de grãos são necessárias para adquirir uma tonelada de fertilizante, já se equipara aos níveis registrados durante a crise logística e geopolítica de 2022, marcada pela guerra na Ucrânia e também pela guerra entre Irã e Israel, além de interrupções nas cadeias globais. Portanto, é importante enfatizar que, mesmo diante de tempos difíceis, o produtor rural deve investir em tecnologias para que haja aumento de produtividade.

 

Segundo levantamento do Itaú BBA, os aumentos foram significativos. O cloreto de potássio acumulou alta de 24% no ano, chegando a US$ 365 por tonelada, enquanto o MAP (fosfato monoamônico) já é negociado a US$ 717,50, após elevações consecutivas em abril e maio. A uréia, por sua vez, registrou oscilação: subiu 9% em abril e recuou 1,9% no início de maio, refletindo incertezas de oferta, especialmente da Ásia. Essa combinação de preços em elevação com um mercado global ainda instável colocou o produtor em posição delicada, justamente no momento de decisão sobre a próxima safra.

 

Para Leonardo Sodré, CEO do Grupo GIROAgro, o impacto da atual conjuntura vai além do bolso, e, apesar das adversidades, é importante que o produtor continue investindo no setor. “A relação de troca impõe ao produtor um desafio de decisão. Com margens mais apertadas, a escolha das soluções tecnológicas para o campo será feita com lupa, priorizando eficiência agronômica e segurança. Não é só uma questão de custo, mas de gestão de risco e sustentabilidade produtiva”, afirma. A empresa, que atua no desenvolvimento e distribuição de soluções nutricionais (GIROAgro) e biológicas (VIVAbio), tem reforçado o suporte técnico à rede de revendas e cooperativas diante da nova escalada nos custos.

 

Apesar de a China, principal exportadora de fertilizantes do mundo, ter sinalizado uma flexibilização nas restrições de exportação impostas em 2023, os efeitos ainda são modestos. A liberação de cargas segue em ritmo lento, e a prioridade continua sendo o abastecimento do mercado interno chinês, o que mantém o cenário externo com baixa previsibilidade. Sem alívio consistente na oferta, a pressão sobre os preços segue firme, num contexto cuja cotação da soja não acompanha a mesma trajetória de valorização. Resultado: o produtor precisa de mais sacas para adquirir a mesma quantidade de soluções nutricionais, o que reduz a atratividade dos investimentos no manejo completo e eleva o risco de queda na produtividade média das lavouras.

 

O momento é de cautela e esforços. Muitos produtores já avaliam estratégias para reduzir a dependência de pacotes mais caros, apostando em nutrição de manutenção ou no uso mais eficiente dos recursos aplicados ao solo. No entanto, essas decisões demandam acesso técnico qualificado e análise detalhada de cada talhão. “Estamos em um ciclo onde quem estiver tecnicamente amparado e bem informado terá condições de superar as turbulências. É hora de investir em conhecimento e proximidade com quem conhece o solo, a planta e o mercado”, complementa Leonardo Sodré. 

 

Com a volta da relação de troca aos patamares críticos de alguns anos atrás, a agricultura brasileira, mais uma vez, se vê diante de um dilema: produzir com custos mais elevados e margens comprimidas ou reduzir investimento e arriscar desempenho agronômico. A resposta para essa equação, cada vez mais, passa por informação, gestão e confiança nas boas práticas técnicas.

 

 

 

 





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