Dr. Chaud foi chamado para um atendimento de urgência envolvendo uma adolescente. Ao chegar ao local, infelizmente, a jovem já estava sem vida. A dor da família, o desespero silencioso de um pai e o sofrimento dilacerante de uma mãe marcaram profundamente o profissional. “Eu conheço essa menina desde pequena, conheço a família. Tenho um carinho muito grande por eles. Eu sou médico, mas também sou pai. E naquele momento, meu coração estava do lado deles, em sofrimento”, desabafou.

 

 

 

Mesmo abalado, ele precisou retornar ao consultório, onde havia deixado um paciente para atender a emergência. Continuou o expediente com a serenidade que o ofício exige, embora, por dentro, estivesse despedaçado. Foram mais de 12 horas ininterruptas de atendimento. “Por fora tudo parecia normal, mas por dentro eu estava em pedaços”, relatou.

 

 

 

No fim do dia, já sozinho na clínica, o médico deixou registradas suas condolências à família enlutada e aproveitou o momento para reforçar a humanidade que existe por trás da figura do profissional de saúde. “Por trás desse jaleco tem um ser humano, tem um pai, tem um filho. Um homem que sente, que se abala, mas que escolheu cuidar de pessoas.”

 

 

 

Dr. Chaud também fez um apelo àqueles que passam por momentos difíceis: “Se você está vivendo uma dor, não se cale. Fale com alguém, procure ajuda. A dor pode ser dividida, e quando é dividida, ela pesa menos.”

 

 

 

O relato do médico toca em um ponto muitas vezes negligenciado: a saúde emocional dos profissionais da linha de frente. Em meio à rotina de longas jornadas, diagnósticos difíceis e situações de vida ou morte, eles seguem firmes, mesmo quando o coração clama por pausa.

 

 

 

A história vivida por Dr. Chaud é um retrato sensível e real do que significa ser médico: um compromisso com a vida, mesmo quando a dor parece insuportável. Seu testemunho reforça a empatia, o respeito e a fé como pilares essenciais para seguir adiante.