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Comentário e análise de COPOM E FED por Bruna Centeno, economista e Especialista em Renda Variável da Blue3 Investimentos.


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  • mell280

08/05/2025 05h33

Comentário e análise de COPOM E FED por Bruna Centeno, economista e Especialista em Renda Variável da Blue3 Investimentos.

Rosana Duda da Costa


Análise de resultado de COPOM
Acabou de sair a decisão de juros, de fato, o consenso de mercado mais uma vez vem em linha com a decisão e o Copom decide aumentar a nossa taxa de juros para 14,75%, ou seja, ajuste de 0,5%, trazendo essa taxa de juros para o maior nível dos últimos anos.
Então, a gente não tinha uma taxa nesse patamar desde julho de 2006. Então, o mercado já esperava essa decisão, se a gente observa até ali as negociações, contratos de juros via B3, a maior parte, mais 70% do mercado já via essa taxa em 14,75%. Então, não foi surpresa alguma essa decisão.
O que a gente espera a partir de então? Considerando o cenário recente que nós avaliamos, tanto ali por parte da decisão de juros dos Estados Unidos, que foi manutenção com um tom bastante cauteloso ali por parte do FED, o mercado passa a projetar agora uma manutenção desses juros, ou seja, uma selic terminal em 14,75%. E quais são os principais movimentos que justificariam que, de fato, esses juros agora podem terminar nesse patamar, ou seja, em 14,75%. Se a gente olha o último boleto em focos, nós vimos ali uma perspectiva de IPCA saindo de 5,65% no final de 2025 para 5,53% na última publicação, muito por conta ali do recuo do dólar, que a gente sabe ali que tem uma pressão muito forte em cima de câmbio por conta da ponta de inflação.
E essas pressões vieram ali com os empatos já da política comercial, arrefecendo ali o peso do dólar e aí o real conseguiu ali uma valorização nesse período. Então o principal ponto foi sim a descompreensão cambial, apesar do Banco Central sinalizar muito forte que ele segue preocupado com o ritmo de ajuste, por conta da inflação, que ela ainda não segue em patamar saudável, mas essa descompreensão, nós estamos falando aí, um recuo de quase 7% do dólar perante o real. Então isso acaba reforçando a decisão de hoje nesse 0,5%.
As negociações contra juros via B3 sinalizam já essa taxa terminar em 14,75%. E o que o mercado passa a observar? Se de fato a justificativa para esse ajuste, ele fica já considerando só esse ponto ali do internacional, vindo da parte dos Estados Unidos, junto com a inflação. Então o comunicado do Copom, ele mostra que ainda persiste uma simetria altista no balanço de riscos, estão voltados para a inflação, porém essa descompressão cambial aí é favorecendo um ritmo de selic terminal já em 14,75%.
Análise de resultado de FED
Vou passar um pouquinho agora já da decisão dessa supercarta em relação aos Estados Unidos.
Decisão essa que era bastante esperada pelo mercado, uma vez que nós vimos um mês de abril muito movimentado, inclusive ali por ataques por parte de Trump ao Banco Central na figura de Jerome Powell. E o recado, depois da decisão da manutenção de juros, que isso já era esperado pelo mercado, o que a gente viu foi de fato ali um presidente bastante preocupado, principalmente com os dados econômicos. Então, ele traz ali uma sinalização que a economia ela segue sólida, mas ele reforça que o ponto das tarifas ainda pesa bastante sobre a própria decisão de juros.
Então, ele refletiu que a queda ali do PIB no primeiro trim acabou refletindo essa oscilação em comum no comércio, adivindo ali das tarifas, e que agora o que eles estão olhando é a ponta ali de um nível maior de desemprego e de inflação. A gente sabe que a tarifa tende ali a causar um movimento de preços. Então, ele também fica um pouco ali em cima do muro, não dá um direcionamento muito claro, porque ele fala que a inflação persistente depende ali do tamanho das tarifas que ainda podem ser consideradas perante o mercado, lembrando que agora que de fato começam as discussões de negociações.
Então, nós vimos Trump ali elencar alguns representantes para negociar com a economia chinesa. Ele até cita que é muito cedo para saber o que virá a partir desses riscos. Então, o que a gente projeta? Que dado esse tom bastante cauteloso, e até um certo tom moderado quanto aos riscos que podem vir, a taxa de juros segue para a próxima reunião do ano, tensão.
Então, a gente viu ali algumas distorções no primeiro trimestre, apesar da economia sólida, nós vimos alguns dados ali que não fazem jus já a esse momento. Então, inflação mais alta, desemprego mais alto, ele até sinaliza ali que não vê perspectiva de progresso em direção às metas. Então, de fato é um tom bastante duro, se a gente olha ali os guidance, ou seja, o direcionamento, o que sinaliza que toda essa incerteza sobre tarifas ainda vai pesar em cima dos dados econômicos e na possibilidade de uma manutenção de juros.
Mesmo essa situação afetando ali a parte de visibilidade de crescimento. Então, ele sinalizou depois que alguns cortes sim seriam apropriados, então ele deixa ali uma janela aberta também para acompanhar a questão da ponta do crescimento. Mas o fato dele ter ficado bastante cauteloso, porque ele disse que não pode afirmar com segurança o caminho, então ele traz um direcionamento que preocupa o mercado, porque ele disse que não pode afirmar com segurança qual que seria o caminho apropriado a taxa, porque depende de fato ali do desdobramento.
Então, de fato ali é uma incerteza bastante elevada, além do que pressiona, de fato, uma percepção de juros ainda permanecendo nesse patamar e sem possibilidade de corte para os próximos meses.


 





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