22/12/2025 11h43
Autoexclusão e curso educativo: veja como governo brasileiro tem priorizado ações contra a ludopatia
Além das entidades públicas, empresas ligadas ao setor de betting também promovem combate ao vício
"Educar o apostador é um passo essencial para reduzir comportamentos de risco e promover escolhas mais conscientes. Quando iniciativas públicas oferecem informação qualificada e acessível, ampliamos a capacidade das pessoas de reconhecer seus direitos e deveres, bem como de buscar apoio quando necessário”, afirma Cristiano Costa, psicólogo clínico e organizacional, diretor de conhecimento (CKO) da Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo (EBAC).
A autoexclusão é uma ferramenta disponível ao apostador, permitindo que ele determine um período de indisponibilidade de seu CPF para novos cadastros e recebimento de publicidade, podendo ser de um, três, seis, doze meses ou por tempo indeterminado. Segundo o Ministério da Fazenda, o objetivo é estruturar ações de prevenção, reduzir danos e oferecer assistência a indivíduos e grupos com comportamento de jogo problemático.
Além disso, a plataforma oferece acesso a informações sobre os pontos de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e direcionamento para o Meu SUS Digital e a Ouvidoria do SUS. Nesses canais, os usuários podem realizar uma "triagem" para verificar a existência de um possível vício em apostas online e buscar ajuda.
No caso da Ana Gaming, que é holding das casas de apostas 7K, Cassino e Vera, algumas das principais medidas implementadas são a possibilidade de que o jogador realize, voluntariamente, uma autoavaliação sobre seu estado, se autoexcluir das plataformas por um período determinado ou indefinido, além de também poder criar limites personalizados para depósito, tempo destinado aos jogos e perdas.
“Também temos como iniciativa o monitoramento constante de comportamento de jogo, através da análise de perfis e padrões de apostas para identificar jogadores em grupos de riscos ou com comportamento potencialmente compulsivo e apresentar opções de tratamento”, afirma Tagiane Gomide, Diretora Jurídica e de Integridade da Ana Gaming.
A partir de fevereiro de 2026, o governo também implementará teleatendimentos com foco em jogos e apostas na rede pública de saúde. Essa iniciativa acontecerá em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, integrado ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional (Proadi-SUS).
"Ficamos honrados por colaborar com operadores de apostas que tratam o jogo responsável com extrema seriedade. Por isso, recebemos com grande satisfação os esforços da SPA para aprimorar a proteção dos jogadores no Brasil. Um banco de dados de autoexclusão é um avanço importante e saudável", afirma Alex Rose, CEO da InPlaySoft, empresa focada na criação e desenvolvimento de plataformas para o setor de betting.
Já o curso educativo lançado pelo governo brasileiro conta com a parceria da Universidade de Brasília (UnB) e aborda cinco tópicos (O que são apostas de quota fixa, histórico e como funciona este mercado; Os seus direitos; O jogo responsável; Sua saúde mental; Sua saúde financeira).
“A BETesporte entende que este tipo de educação é fundamental para que o apostador saiba distinguir entre plataformas sérias e aquelas que operam fora da regulamentação. O setor legalizado só tem a ganhar com iniciativas que tragam mais transparência, responsabilidade e segurança para os consumidores”, afirma Vinicius Nogueira, CEO da BETesporte.
O governo brasileiro tinha como meta que, ao final do curso de formação, os participantes estivessem aptos a entender as regras do mercado regulamentado, identificar os perigos do consumo em locais não autorizados, adotar medidas de segurança e exercer plenamente seus direitos como consumidores-apostadores.
"Neste ano, realizamos uma série de publicações com o Rodrigo Faro, nosso embaixador, sobre a importância do jogo responsável. Nesses vídeos, que foram publicados nas redes sociais, destacamos as diversas ferramentas que temos em nossa plataforma e explicamos como utilizar cada uma delas. São ações que cooperam para o jogo íntegro e saudável, dentro dos limites da diversão", destaca Rafael Borges, CEO da Reals.
Com carga horária de 30 horas, o lançamento foi visto com entusiasmo por representantes do setor de apostas esportivas, que reconhecem o impacto da medida para fortalecer a confiança do público e ampliar a transparência no segmento.
“Apostadores conscientes tornam o mercado mais sólido. É essencial que governo, operadoras e entidades caminhem juntos na educação do consumidor, criando uma cultura de responsabilidade e confiança no setor de betting”, afirma Ricardo Bianco Rosada, fundador da brmkt.co, consultoria especializada em marketing e estratégia, com mais de 20 anos de experiência nos setores de apostas, iGaming, tecnologia, pagamentos, banking e e-commerce.
"Iniciativas como essa reforçam a importância de um mercado de apostas que coloque a proteção do jogador no centro de tudo. Quando governo e operadores regulamentados trabalham juntos, criamos um ambiente mais seguro, transparente e preparado para enfrentar desafios como a ludopatia. No ecossistema legalizado, existem ferramentas reais de prevenção e monitoramento, algo que simplesmente não está presente em operadores ilegais, que expõem o apostador a riscos ainda maiores”, conclui Hans Schleier, COO da Casa de Apostas.



