19/11/2025 06h54
Especialista comenta impacto do rombo do Banco Master para os investidores
A discussão central neste momento sobre o Banco Master, olhando exclusivamente pela perspectiva do investidor e sem entrar no mérito jurídico ou criminal, é entender o que acontece com quem tem CDBs da instituição. A resposta é simples: o FGC vai pagar. O ponto é que estamos diante do maior rombo da história do sistema financeiro nacional. O FGC, segundo os dados mais recentes, possui cerca de 159 bilhões de reais em patrimônio. O caso do Banco Master deve consumir aproximadamente 62 bilhões, o que representa quase 40 por cento de tudo o que o fundo tem.
O Banco Central já nomeou a empresa responsável pela liquidação extrajudicial. Entre as funções dessa empresa está enviar ao FGC a relação completa de credores, ou seja, de investidores que possuem títulos do Banco Master. Depois que o FGC recebe essa lista, o que em média leva trinta dias úteis, começa a contagem do prazo para pagamento. Dada a complexidade e o tamanho da operação, é provável que esse prazo seja maior. A partir daí, o investidor precisa baixar o aplicativo do FGC, solicitar o pagamento e informar os dados de conta.
O investidor com título garantido pelo FGC vai receber, desde que esteja dentro dos limites de cobertura. O rendimento será pago até a data de hoje, mas daqui para frente os títulos não geram mais rentabilidade. Agora é acompanhar os próximos passos enquanto o FGC organiza as informações e inicia os repasses.
Vale destacar um ponto relevante. Um rombo dessa magnitude deve reacender o debate sobre como instituições financeiras utilizam o FGC como argumento de venda. Na prática isso é problemático, porque o investidor pode interpretar a garantia como sinônimo de risco zero. É verdade que ele está protegido, mas nenhum investidor contrata um seguro esperando usá-lo. Neste caso, será inevitável. Agora resta aguardar o processo para que o FGC finalize o recebimento das informações e comece os pagamentos. Dentro do limite de cobertura, o investidor vai receber, porque o FGC tem patrimônio para honrar essa obrigação.
Comenta Tiago Feitosa, matemático, especialista em finanças e fundador da T2 Educação, plataforma educacional para o mercado financeiro.



