- mell280
10/11/2025 09h06
No Novembro Azul, tecnologia genética acelera diagnóstico e amplia prevenção do câncer de próstata
Em meio à estimativa de cerca de 71.730 novos casos anuais no Brasil, testes genéticos são ferramenta estratégica para identificar predisposição e orientar cuidados personalizados
O câncer de próstata continua sendo uma das grandes ameaças à saúde dos brasileiros, ocupando a segunda posição entre os tipos mais comuns da doença na população masculina - atrás apenas do câncer de pele não melanoma, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer). A estimativa é de que 71,7 mil novos casos sejam diagnosticados por ano no Brasil, de acordo com o órgão.
Para Arthur Silva, Gerente Regional LATAM de Diagnósticos de Oncologia e Precisão da QIAGEN, o cenário evidencia a urgência da integração de ferramentas moleculares no cuidado oncológico masculino. Os testes genéticos permitem identificar predisposições antes do surgimento de tumores visíveis, oferecendo ao paciente e ao médico subsídios para monitoramento e decisões clínicas mais informadas.
“O sequenciamento genético pode ser realizado em um prazo de 24 a 48 horas em laboratório, utilizando amostras simples de sangue ou saliva. Essa agilidade acelera a entrega de resultados e a tomada de decisão clínica. Por meio dessa análise, é possível detectar mutações em genes associados ao câncer de próstata hereditário, como BRCA1, BRCA2, entre outros”, explica Silva. “Essas informações oferecem uma camada adicional de risco, auxiliando na vigilância personalizada do paciente.”
Com o resultado genético em mãos, torna-se possível orientar estratégias de rastreamento intensificado e intervenções precoces, o que pode reduzir significativamente a mortalidade da doença, sobretudo nos casos de predisposição hereditária. “Pacientes com histórico familiar de câncer de próstata têm risco aumentado, e mutações nos genes citados também elevam o risco para outros tumores, como câncer de mama masculino, pâncreas e melanoma”, complementa o executivo.
Silva ainda destaca que os sintomas clássicos — dificuldade para urinar, sensação de que a bexiga não se esvazia completamente e sangue na urina — tendem a surgir em fases mais avançadas da doença. Além disso, homens com mais de 55 anos, obesidade e sobrepeso estão em faixas de risco ampliado.
“Por diversas razões, seja medo, desconhecimento ou tabus, muitos homens acabam negligenciando exames preventivos essenciais. Isso pode atrasar o diagnóstico e comprometer o tratamento. Esperar o surgimento dos sintomas para só então tomar a decisão de procurar ajuda médica, infelizmente pode ser a escolha pelo caminho mais difícil”, reforça Silva.
No momento, não há previsão consolidada para que testes genéticos voltados especificamente ao câncer de próstata sejam incorporados de forma ampla pelo SUS. Entretanto, em 2025 foi aprovado um projeto para tornar obrigatória a oferta de testes genéticos no SUS para algumas neoplasias (mama, ovário e colorretal), o que sinaliza abertura para discussões de ampliação. Além disso, iniciativas de política pública como a proposição de incluir testes genéticos de predisposição ao câncer no SUS têm ganhado visibilidade no Congresso.
Atualmente, alguns planos de saúde cobrem o exame integralmente, caso o paciente preencha alguns critérios e pré-requisitos determinados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
“Essa conjuntura reforça que, mais do que inovação tecnológica, os testes genéticos aliam prevenção, estratégia clínica e acesso à informação. Quando incorporados de forma responsável à rotina médica, podem contribuir para diagnósticos mais precoces e tratamentos mais eficazes, especialmente para quem tem risco elevado”, conclui o executivo da QIAGEN.



