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1 em cada 5 casos de câncer de tireoide ocorrem em homens


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09/10/2025 06h10

1 em cada 5 casos de câncer de tireoide ocorrem em homens

Bárbara Conti


Apesar de ser quase cinco vezes menos incidente na população masculina, o anúncio do diagnóstico de câncer de tireoide no jogador Everton Ribeiro, do Bahia, alerta para importância da atenção aos sinais e sintomas, bem como para o diagnóstico

O atleta de futebol Everton Ribeiro, do Esporte Clube Bahia e com passagens pela seleção brasileira, anunciou nesta semana que, em decorrência do diagnóstico de câncer de tireoide, passou por cirurgia e segue em recuperação. Dados da estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que a doença é quase cinco vezes menos frequente entre os homens. Para o ano de 2025 a previsão é de 16.660 novos casos da doença, sendo 2.500 em homens e 14.160 em mulheres.

O câncer de tireoide é um tumor maligno que se desenvolve na glândula localizada na parte anterior do pescoço, abaixo do “gogó”. A tireoide é responsável pela produção dos hormônios que regulam o metabolismo, controlam o gasto energético do corpo e influenciam funções essenciais, como frequência cardíaca, temperatura corporal e crescimento. Assim como, qualquer câncer, quando há uma alteração nas células, elas podem se multiplicar de forma desordenada, formando um nódulo ou tumor.

O cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) explica que embora a proporção de casos em homens seja menor, ela não deve ser ignorada, nem mesmo na população jovem e que pratica atividade físicas de alto impacto, como jogadores de futebol. “Ainda que pequena, a incidência existe. O câncer de tireoide pode acometer os homens e, por falta de informação, o diagnóstico precoce é um desafio maior nesse grupo, o que pode impactar diretamente o tratamento e o prognóstico,” alerta o especialista.

O câncer de tireoide, assim como vários outros cânceres, é uma doença multifatorial, ou seja, resulta da combinação de diferentes fatores hormonais, ambientais e hereditários: “Entre as possíveis causas estão o histórico familiar de doenças da tireoide, a exposição à radiação, especialmente na infância e alterações genéticas específicas.

O sintoma mais comum de câncer de tireoide é a presença de nódulo ou caroço no pescoço, geralmente indolor, rouquidão persistente, dificuldade para engolir e sensação de pressão na garganta. “Esses sintomas muitas vezes passam despercebidos ou podem ser confundidos com outras situações benignas. Quando o paciente notar a persistência desses sintomas por mais de 15 dias, a avaliação médica se torna indispensável”, conta. Além disso, para auxiliar no diagnóstico é possível haver a indicação de exames de imagem, como o ultrassom. Quando identificado em estágios iniciais, as chances de cura ultrapassam 90%.

Tratamento e prognóstico

O tratamento do câncer de tireoide é essencialmente a cirurgia com retirada total ou parcial da glândula tireoide. Se houver comprometimento dos gânglios do pescoço (linfonodos), eles também devem ser removidos. Outros tratamentos complementares podem ser indicados a depender do tipo e estágio do tumor, assim como das condições clínicas de cada paciente. De acordo com a agressividade do tumor e o risco de retorno ou progressão da doença, pode ser necessário realizar terapia complementar com iodo radioativo. Em alguns casos, outras formas de tratamento, como a radioterapia externa, quimioterapia e terapias-alvo, podem ser associadas. “No entanto, geralmente essas abordagens são reservadas para casos mais complexos”, finaliza Rodrigo Nascimento.

Sobre a SBCO - Fundada em 31 de maio de 1988, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é uma entidade sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, que agrega cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente com câncer. Sua missão é também promover educação médica continuada, com intercâmbio de conhecimentos, que promovam a prevenção, detecção precoce e o melhor tratamento possível aos pacientes, fortalecendo e representando a cirurgia oncológica brasileira. É presidida pelo cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro (2023-2025).

 








 





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