07/10/2025 04h37
Metanol: perícia confirma substância em bebidas de duas distribuidoras
Segundo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, metanol foi identificado em produtos apreendidos durante fiscalizações
Rodrigo Tammaro e Valentina Moreira
A Polícia Civil de São Paulo confirmou a contaminação por metanol em bebidas de duas distribuidoras no estado. A informação foi divulgada, nesta segunda-feira (6/10), pelo secretário de Segurança Pública paulista (SSP), Guilherme Derrite, após o resultado dos laudos.
O chefe da pasta participou de uma entrevista coletiva ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e de outras autoridades para divulgar um balanço da força-tarefa criada para investigar os casos de adulteração de bebidas.
Segundo o secretário, os materiais foram apreendidos após fiscalização na última sexta-feira (3/10).
“São 17 requisições em 13 boletins de ocorrência distintos. Dessas 17 requisições, duas foram confirmadas. Saiu hoje o laudo positivo contendo metanol. Eram distribuidoras”, afirmou.
De acordo com o secretário, a partir dessa confirmação, as autoridades conseguem analisar os boletins de ocorrência e identificar quais casos de intoxicação estão relacionados com as bebidas oriundas dessas distribuidoras.
SP é epicentro dos casos de intoxicação por metanol
O estado de São Paulo é o que vive a pior situação em relação aos casos de intoxicação por metanol no Brasil.
O território paulista já registra 179 casos, sendo 15 confirmados e 164 em investigação, em 27 cidades diferentes. Ao todo, sete óbitos são investigados e dois foram confirmados.
Até o sábado (4/10), a Prefeitura de São Paulo confirmou duas mortes causadas por intoxicação por metanol na capital paulista.
Uma vítima é um homem, de 46 anos, identificado como Marcos Antônio Jorge Junior, que faleceu na quinta-feira (2/10).
Ele deu entrada no Hospital Municipal Dr. Carmino Caricchio, no Tatuapé, com sintomas de contaminação, no dia 29 de setembro.
A pasta já havia confirmado uma primeira morte causada pela contaminação por metanol no dia 15 de setembro: o empresário Ricardo Lopes Mira. Ele apresentou sintomas no dia 9 do mesmo mês e foi atendido pela rede privada.
Essas são as duas únicas mortes confirmadas no Brasil até o momento. A secretaria municipal lamentou as duas perdas.
Linhas de investigação
Na entrevista coletiva, as autoridades afirmaram que trabalham com a hipótese de que a substância tóxica seja proveniente da limpeza das garrafas de bebida e descartaram a possibilidade de envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC).
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