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Mundo desperdiça 97% da água que poderia ser reutilizada, alerta Banco Mundial


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29/09/2025 11h50

Mundo desperdiça 97% da água que poderia ser reutilizada, alerta Banco Mundial

Leticia Novoa


O planeta está deixando escapar pelas mãos uma das soluções mais eficazes para a crise global da água. De acordo com o relatório Scaling Water Reuse: A Tipping Point for Municipal and Industrial Use, do Banco Mundial, publicado em junho deste ano, apenas 3% da água consumida por cidades e indústrias no mundo é proveniente de reuso potável e industrial. Isso significa que 97% da água que poderia ser reaproveitada acaba perdida, ao mesmo tempo em que bilhões de pessoas enfrentam riscos crescentes de desabastecimento.

O estudo mostra que cidades e indústrias geram quase 1 bilhão de metros cúbicos de água usada todos os dias, grande parte lançada sem tratamento em rios, lagos e aquíferos. Essa prática não só agrava a poluição e compromete ecossistemas, como também intensifica a escassez em um momento em que a pressão climática e a urbanização elevam a demanda por água a patamares inéditos. Hoje, mais de 2 bilhões de pessoas já vivem em áreas urbanas com risco hídrico e, até 2050, 70% da população mundial estará concentrada em cidades, aumentando ainda mais a competição por esse recurso vital.

Apesar do quadro alarmante, o Banco Mundial aponta que existe um caminho viável: ampliar massivamente o reuso. O estudo estima que, com investimentos entre US$ 170 bilhões e US$ 340 bilhões ao longo dos próximos 15 anos, seria possível multiplicar por oito a capacidade instalada de tratamento, fazendo o reuso saltar dos atuais 3% para 25% do abastecimento municipal até 2040. Esse avanço seria capaz de mudar o rumo da segurança hídrica global, oferecendo uma alternativa mais econômica do que a dessalinização e criando um verdadeiro “seguro” contra os impactos da crise climática.

Cada metro cúbico de água reaproveitada representa, segundo o estudo, um triplo benefício: a recuperação de água limpa, a recuperação de energia e nutrientes valiosos e a recuperação ambiental, com menos extração de mananciais e menor carga poluente despejada no meio ambiente. A mensagem é clara: insistir no modelo atual significa caminhar para o colapso; acelerar o reuso é a única forma de garantir resiliência.

O exemplo do Brasil

O relatório cita experiências pioneiras ao redor do mundo, como Cingapura, Estados Unidos e África do Sul, que mostram que a tecnologia já é segura e viável em grande escala. Um caso de sucesso brasileiro também é destacado no estudo por meio da iniciativa da Aquapolo Ambiental, que tornou-se um símbolo dessa transformação ao fornecer água de reuso para o Polo Petroquímico do ABC, na Região Metropolitana de São Paulo, consolidando-se como o maior projeto de reuso industrial do Hemisfério Sul.

“Não estamos falando de uma escolha para o futuro, mas de uma necessidade imediata. O estudo mostra que insistir no modelo atual é insustentável. No Brasil, já provamos que é viável reaproveitar água em escala industrial. Agora, precisamos acelerar e replicar esse modelo em larga escala, ou o custo será a própria segurança hídrica da população”, afirma Márcio José, CEO da Aquapolo Ambiental.

Uma virada decisiva

O Banco Mundial conclui que o mundo está diante de um ponto de virada. O reuso não pode mais ser tratado como solução complementar ou emergencial: ele precisa ocupar lugar central nas políticas públicas, nos investimentos privados e nas estratégias de adaptação climática. Se adotado com a urgência necessária, poderá transformar um passivo – a água descartada – em ativo estratégico, capaz de garantir desenvolvimento econômico, proteger vidas e assegurar um futuro hídrico sustentável para bilhões de pessoas.

Confira no link abaixo o relatório completo:
https://www.worldbank.org/en/topic/water/publication/scaling-water-reuse

Sobre a Aquapolo Ambiental

A Aquapolo é resultado de parceria entre a GS Inima Industrial e a SABESP, desenvolvido como uma solução para gestão hídrica junto ao Polo Petroquímico de Capuava e indústrias da Região do ABC Paulista.  Desde 2012, quando iniciou sua operação, o empreendimento já forneceu mais de 125 milhões de metros cúbicos de água de reuso, cujo volume seria suficiente para abastecer uma cidade de 300 mil habitantes pelo mesmo período de 12 anos. Leia mais sobre em: https://www.aquapolo.com.br/

 

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Divulgação




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