- mell280
18/06/2025 15h48
DATAGRO: Indústria de etanol de milho deve registrar melhores margens de produção em 25/26
A disparada do preço do milho no início do ano, em meio a dúvidas sobre as condições climáticas e maior demanda no mercado interno, chegou a apertar os cintos das usinas de etanol de milho até abril. Contudo, este cenário deverá ser diferente e mais promissor ao longo da safra 25/26.
Por conta da perspectiva de uma maior safra de milho inverno, e às vésperas do início das operações de colheita, o preço do milho na região de Sorriso-MT já caiu 37% em um mês para R$ 41/sc – a expectativa da DATAGRO é de que a produção total de milho cresça de 122,05 milhões de toneladas em 23/24 para 132,68 milhões de toneladas em 24/25.
Com a equalização das condições de oferta e demanda no balanço doméstico, ainda que acompanhada pela expectativa de aperto nos estoques finais, o mercado de milho deverá apresentar uma acomodação dos preços nos próximos meses, dando fôlego à operação das usinas de etanol de milho.
Em razão do contexto de firmeza dos preços do etanol e do DDGS, conforme estimativa da DATAGRO, hoje a indústria de etanol de milho voltou a operar com margens positivas, em torno de 19%, após três meses consecutivos de sangrias na geração de caixa do setor. E o horizonte para a indústria ainda deverá ser positivo até o final da safra 25/26.
A probabilidade de aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, de 27% para 30%, e as vendas mais resilientes de etanol hidratado nos postos de combustíveis têm dado maior sustentação aos preços do etanol. A projeção da DATAGRO é de que o preço médio do etanol hidratado em Paulínia/SP em 25/26 deverá ficar em torno de 5% maior do que a média de 24/25.
Em paralelo, os preços do DDGS já mostraram maior firmeza nos últimos dias em função da forte demanda interna e aquecimento das exportações – após cair para R$ 1.150/ton no início do ano, o preço médio do DDGS em Mato Grosso subiu para R$ 1.300/ton nesta semana, em direção oposta ao comportamento dos preços do milho.
Como resultado, a margem média da indústria de etanol de milho no Brasil poderá variar de 19,0% a 34,7% ao longo da safra 25/26, contra uma média de 9,8% em 24/25. Caso este cenário se materialize, o setor deverá manter o apetite pela construção de novas plantas nos próximos anos – conforme recente mapeamento realizado pela DATAGRO, a produção de etanol de milho no Brasil poderá saltar de 8,20 bilhões de litros em 24/25 para 18,4 bilhões de litros em 33/34.


