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Brasil pode superar Europa em vendas de máquinas agrícolas nos próximos anos


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  • mell280

17/06/2025 10h50

Brasil pode superar Europa em vendas de máquinas agrícolas nos próximos anos

Alta na produção, crédito mais caro e busca por consórcios impulsiona avanço do Brasil no mercado global de máquinas agrícolas

Fábio Bouças


 Crédito : Reprodução montagem internet

 

O mercado brasileiro de máquinas agrícolas está em plena expansão e deve, nos próximos cinco a dez anos, ultrapassar a Europa em volume de vendas. Essa projeção de executivos do setor está amparada por dados robustos sobre o crescimento do agronegócio nacional, como por exemplo, o levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que avalia este “bom desempenho” decorrente das “boas produtividades" das lavouras, projetada em 4.108 quilos por hectares, aliado ao aumento de 2,3% da área cultivada, estimada em 81,8 milhões de hectares. 

 

Outro caminho que segue crescente é em relação a produção de etanol de milho,  que demanda equipamentos específicos e que pode chegar a dobrar num período de cinco a dez anos. Esse cenário positivo está aquecendo a demanda por tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas.

 

“Estamos vivendo um bom momento do mercado nacional. O produtor brasileiro está retomando a confiança, investindo em tecnologia e renovando sua frota com foco em eficiência”, avalia Fernando Lamounier, educador financeiro e sócio e diretor da Multimarcas Consórcios. “Essa movimentação crescente na busca por consórcios tem colaborado para colocar o país cada vez mais nas grandes potências globais em termos de volume e sofisticação”.

 

De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), o volume de crédito liberado por meio de consórcios de veículos pesados, como máquinas agrícolas, caminhões e retroescavadeiras, cresceu 39,9% no primeiro bimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior. 

 

Esse avanço ocorre em um cenário de previsão de crescimento de 5% no PIB do agronegócio, conforme a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e de manutenção da taxa Selic em patamares elevados, estimada em cerca de 15% ao longo do ano, de acordo com análises do Itaú Unibanco. A estimativa aponta para o encarecimento do crédito rural tradicional, o que deve impulsionar a busca por alternativas, como os consórcios, especialmente entre pequenos e médios produtores. 

 

O Brasil lidera em taxa composta de crescimento de soja e milho entre as principais regiões produtoras, reafirmando seu protagonismo global. O desempenho chamou atenção de investidores estrangeiros, presentes em eventos organizados por fabricantes globais no país.

 

O agronegócio já representa cerca de 20% do volume total de crédito movimentado pelos consórcios no país, que ultrapassa R$50 bilhões anuais. No segmento de máquinas e equipamentos agrícolas, a modalidade já responde por 25% do mercado segundo a ABAC, consolidando-se como tendência para os próximos anos. 

 

Com a suspensão de algumas linhas de crédito, inclusive do Plano Safra, o produtor rural hoje se depara com juros que chegam a 20% ao ano para financiar uma máquina. Nesse cenário, o consórcio se consolidou como uma alternativa real e crescente no agronegócio, tanto é que nos últimos 10 anos, o crescimento foi de 400%.  Para Lamounier, alguns fabricantes chegam a vender até 40% das máquinas por meio de consórcio. Isso acontece porque, muitas vezes, o produtor não consegue financiamento no banco; e quando aprovado, enfrenta juros altos, exigência de garantias complementares e burocracia pesada. “O consórcio preenche essa lacuna e tem sido o caminho mais viável para o agricultor seguir investindo de forma planejada e com segurança”, finaliza o especialista.





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