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Tudodoms: Riedel prevê investimentos de R$ 100 bilhões em MS nos próximos cinco anos


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  • mell280

14/06/2025 11h07

Tudodoms: Riedel prevê investimentos de R$ 100 bilhões em MS nos próximos cinco anos

Por Vasconcelo Quadros, de Brasília


 O governador Eduardo Riedel encerrou uma rodada de conversas com empresários em São Paulo nesta sexta-feira otimista com a perspectiva de novos investimentos para Mato Grosso do Sul e a permanência no Estado de empresas que atuam no setor agropecuário e poderiam ser afetadas com o fim dos incentivos fiscais previstos na reforma tributária.

 
 
“Não é nada difícil avaliar que nos próximos cinco anos chegarão ao estado investimentos de mais de R$ 100 bilhões originários de diferentes setores”, disse em entrevista exclusiva ao Campo Grande News. Ele afirmou que com o contrato já fechado, só a Bracell colocará R$ 25 bilhões em projetos.
 
Riedel prevê a entrada de outros R$ 20 bilhões em infraestrutura com as novas concessões rodoviária, entre elas as estradas que alimentarão a rota bioceância, que entra em operação em 2027, e uma forte expansão do setor de citricultura, que já estendeu o plantio de mais de 40 mil hectares e atrairá novas indústrias. Veja a entrevista:
 
Campo Grande News - Qual é o saldo desses encontros?
 
 
É muito positivo porque geraram expectativa boa de manutenção e crescimento de investimentos que acabam refletindo no Estado, principalmente emprego, renda e mantendo esse ritmo de crescimento que Mato Grosso do Sul vem tendo. Considero positivo o interesse pelo estado nos setores de bioenergia, floresta plantada e a laranja, que é novo no Estado, mas vem se desenvolvendo. Então, acho que o saldo é bem positivo.
 
Campo Grande News - O secretário de Fazenda estimou entre em mais de R$ 80 Bilhões o volume de investimentos atraídos nos últimos cinco anos. Pelos contatos que tem feito é possível manter esse ritmo? 
 
Eu acho que sim. O que estamos buscando são bons e permanentes projetos. Eu não tenho dúvida que essas discussões que a gente vem tendo aqui (São Paulo) e fora do país vão refletir na atração de bons e diferentes projetos de diferentes segmentos. Digo isso pelo que vi em termos de reação e comportamento do mercado em relação as áreas que Mato Grosso do Sul oferece. Estou bastante otimista.
 
 
Campo Grande News - Quais as mudanças devem ocorrer no setor da laranja? 
 
Haverá ampliação diária. A gente já está chegando a 40 mil hectares, e cada hectare plantado de laranja, cada dois hectares é um trabalhador, então isso é muito significativo. Além disso, há a perspectiva que chegue ao estado a indústria processadora de laranja. Nesse caso específico, o foco é esse.
 
A laranja vem atrelada a discussão de infraestrutura de demandas especialmente com a rota bioceânica, que é um canal importante e que a gente tem olhando como uma grande oportunidade para alguns setores de logística. Tudo isso está numa pauta que envolve vários setores.
 
 
Campo Grande News - O senhor poderia dimensionar o que isso a poderia atrair em termos de capital e de novas empresas?
 
Riedel - Acho que a gente vai manter o nível de crescimento. Por exemplo: o contrato com a Bracell está fechado e no ano que vem eles começam o investimento. Estamos falando de 25 bilhões. Não é nada difícil falar que nos próximos cinco anos a gente vai ter mais de 100 bilhões investidos no Mato Grosso do Sul originários de diferentes segmentos.
 
Eu acho que isso é bem possível. E no setor de infraestrutura também. Veja que as duas concessões feitas recentemente, elas somam 20 bilhões em 9 anos praticamente. Então, quase 2 por ano. Nós temos uma perspectiva muito positiva de investimentos privados em concessões.
 
 
Campo Grande News - Quais os desafios? 
 
Riedel - Eu entendo que é um grande momento para Mato Grosso do Sul. A gente está trabalhando muito para manter e ampliar. Nosso desafio é adequar esse momento para o social, criando grandes oportunidades para as pessoas. É o que a gente tem buscado manter.
 
Campo Grande News - A pecuária vem perdendo terras para o plantio de eucalipto destinado o plantio de eucalipto. O que isso representa? 
 
Riedel - Foram 5 milhões de hectares de pastagem para outras culturas, não só eucalipto. Eucalipto está chegando a 2 milhões de hectares e os outros três em diversas culturas, como soja, milho, safrinha, amendoim, laranja, que apareceu aí.
 
O maior resultado disso (ciência) é a manutenção dos volumes de abate da pecuária de corte. Com 5 milhões de hectares a menos de pastagem, manteve-se a produção geral da pecuária de corte.
 
O aumento de produtividade foi muito expressivo, graças à tecnologia, à ciência e tudo o que vem acontecendo nesse setor da economia nos últimos anos. Essa parceria entre ciência com a produção agropecuária dá ganho em produtividade ano a ano por ser muito lastreada no conhecimento.
 
Acho que o Brasil, sem dúvidas, fez o dever de casa nessa área com muita competência e o Estado é privilegiado nisso por contar com três centros da Embrapa, três fundações, universidade federal, estadual atuando em todo o ecossistema de pesquisa e desenvolvimento, contribuindo muito para o setor.
 
Campo Grande News - Que mudanças pode se esperar com a rota bioceânica entrando em operação?
 
Riedel - Ela vai dar um impulso não só nas oportunidades de exportação e importação, mas também na logística, serviços de outras atividades econômicas que hoje o Estado não tem e que certamente surgirão aí com a rota bioceânica.
 
Campo Grande News - Quando a rota efetivamente em operação? 
 
Riedel - A conclusão está prevista para o final do ano que vem. A partir de 1927 ela começa a funcionar efetivamente e num ritmo crescente até consolidar as operações nos próximos dez anos.
 
Campo Grande News - O Estado está preparado para as mudanças que virão com a reforma tributária, como o fim de incentivos fiscais?
 
Riedel - Eu acredito que sim porque as empresas atraídas pelos incentivos fiscais se tornarão são muito competitivas estando no Estado. O novo modelo de tributação (IBS no lugar do ICMS e ISS) afeta, mas também traz benefícios aqueles setores que permanecerão no estado com competitividade.
 
Os investimentos continuarão vindo. É por isso que nossa estratégia é atuar em cima desses setores. Se fosse um setor com a manutenção artificial de incentivo, aí seria complicado, porque provavelmente eles iriam deixar o Estado. Mas não é o caso. São setores que, estando aí, são competitivos e se consolidarão em Mato Grosso do Sul.
 
 




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