“Ou o INCRA vem, ou vamos fechar as estradas. A paciência acabou”, disse uma das lideranças do movimento.
Os manifestantes afirmam estar há mais de uma década aguardando o processo de demarcação das terras, e responsabilizam o INCRA pela lentidão. Apesar da manifestação pacífica, o aviso de paralisação gerou críticas por parte de comerciantes, produtores rurais e motoristas que dependem das rodovias para trabalhar.
“Entendemos a luta deles, mas fechar estrada só atrapalha quem está tentando trabalhar. É um tiro no pé, porque afeta a economia local e o transporte de remédios, alimentos e até ambulâncias”, comentou um caminhoneiro que passava pelo trecho.
Empresários do agronegócio também demonstraram preocupação. As vias citadas são fundamentais para o escoamento da safra e o transporte de insumos agrícolas. Qualquer bloqueio pode representar prejuízos significativos para o setor.
Mesmo diante do surto de dengue no município, os organizadores garantiram que os pneus utilizados foram todos furados para evitar criadouros do mosquito Aedes aegypti.
O grupo do Acampamento Cachoeira reforça que está disposto ao diálogo, mas afirma que a mobilização continuará até que haja uma posição oficial do INCRA. No entanto, moradores da cidade temem que o impasse se transforme em mais transtornos.
“Não queremos atrapalhar o progresso, mas queremos fazer parte dele. Reforma Agrária é direito, não favor”, argumentou uma das organizadoras do ato.
Até o momento, o INCRA não emitiu resposta sobre a situação. A possível interdição das rodovias segue como um ponto de tensão entre os acampados e a população local, que pede que o protesto não ultrapasse os limites do direito de ir e vir.