“Construímos juntos. Isso nos deu base para termos uma família forte, capaz de apoiar este novo desafio. E foi assim que encaramos: hoje ele como governador, e eu como primeira-dama.” Assim, com simplicidade e muita verdade, Mônica Riedel inicia sua fala, que reflete sua trajetória desde quando chegou a Maracaju até ocupar, hoje, o papel de primeira-dama do Mato Grosso do Sul. 

Ela relembra como, ao chegar, se encantou com o agronegócio, que abriu seu horizonte e trouxe aprendizados que carrega até hoje. E, da mesma forma, o papel de primeira-dama trouxe uma nova janela, repleta de descobertas, desafios e oportunidades.

“Eu não tenho um cargo, e nem seria do nosso perfil que eu tivesse um na gestão dele, mas a função de primeira-dama me dá liberdade para transitar por todas as áreas. E uma que me chama muito é o empreendedorismo, especialmente o feminino”, destaca Mônica.

Ela observa, com muita alegria, o crescimento do protagonismo feminino em diversos setores. No agro, por exemplo, lembra de quando conheceu mulheres que só assumiam os negócios rurais por necessidade — após a perda do pai, do marido ou por falta de quem quisesse assumir.

“Naquela época, era pela dor. Hoje, é pela escolha. A nova geração chega dizendo: ‘Eu quero, eu posso, eu vou!’ E isso me enche de orgulho. E o mais bonito é ver que os homens entenderam que a mulher não vem para tomar lugar, mas para somar, trazendo um olhar diferente, complementar e muito necessário.”

Mônica compartilha exemplos reais, como a família do José Adolpho, que hoje tem três mulheres à frente da Aguatinada; como a Júlia Mendes, presidente da Famação Jovem, filha de produtor rural, que inspira outras jovens. E não para por aí: na própria propriedade da família Riedel, a gerente de produção agrícola é uma mulher. E na leiteiria, a maioria também é feminina — e com um cuidado que faz toda a diferença.

O exemplo se repete em empresas como a Suzano, em Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo, onde 86% das mulheres que cuidam da produção de mudas vieram de contextos de vulnerabilidade e hoje transformam suas vidas através do trabalho e da capacitação.

“O horizonte que se abre quando homens e mulheres caminham juntos é promissor. Tenho certeza que esse somar de olhares faz com que o nosso Mato Grosso do Sul cresça ainda mais”, afirma.

Ao final, deixando uma mensagem especialmente às mulheres e aos jovens presentes, Mônica compartilha uma reflexão que carrega consigo:

“Um dia, ouvi em um painel que ‘a oportunidade nos revela’. E isso me marcou profundamente. Às vezes, a gente acha que não consegue, que não é capaz, dá aquele medo… Mas se joguem! Abracem as oportunidades. Elas podem revelar em vocês algo que nem imaginavam. Pode ser que nem tudo dê certo de primeira, mas tentem. Porque o mais importante é estar pronto. E como diz Lulu Santos: ‘A vida vem em ondas, num indo e vindo infinito.’”