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TUDODOMS: Nova linhagem de arroz de terras altas é apresentada por pesquisadores


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  • mell280

25/03/2024 06h02

TUDODOMS: Nova linhagem de arroz de terras altas é apresentada por pesquisadores

Por Epamig


 A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) realiza, em parceria com o grupo de pesquisa “Melhor Arroz” da Universidade Federal de Lavras (UFLA), o 2º Encontro Tecnológico de Arroz de Terras Altas, no dia 27 de março. O evento, gratuito e presencial, começa a partir das 8h, no Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Agropecuária, localizado na Fazenda Muquém.

 

 

A programação contará com apresentações sobre os seguintes temas: plantio do arroz intercalado com outras culturas; cultivares de arroz de terras altas recomendadas para Minas Gerais; uso de bioinsumos; e possibilidades gastronômicas com o grão. Na ocasião, também ocorrerá o pré-lançamento da linhagem de arroz CMG 1590, desenvolvida pelo Programa de Melhoramento Genético de Arroz [também conhecido como “Melhor Arroz”] da UFLA em parceria com a EPAMIG e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Esta é a segunda edição do evento, que foi realizado pela primeira vez em março de 2023 e contou com a participação de mais de 100 pessoas. “Nos últimos anos, a procura por sementes de arroz de terras altas aumentou muito, por conta da crescente nos preços e da maior busca pelo alimento por parte de programas governamentais voltados para a agricultura familiar. Por isso, decidimos realizar novamente o encontro, para expandirmos os conhecimentos sobre a cultura e apresentarmos novas tecnologias”, relata a pesquisadora da EPAMIG, e uma das organizadoras do encontro, Janine Guedes.

Plantio de arroz intercalado com café

No encontro, Janine conduzirá a apresentação “Plantio do arroz em ruas de café”, dentro do Ciência Móvel, um micro-ônibus adaptado com um minilaboratório que leva as tecnologias da EPAMIG a eventos realizados em todo o estado. Segundo ela, o programa “Melhor Arroz” conduziu experimentos de plantio consorciado de arroz com café, em 2023, que geraram resultados muito positivos.

“Esse trabalho foi um dos desdobramentos do Encontro Tecnológico do ano passado. Um produtor de café nos abordou durante o evento e propôs uma parceria. Então, fomos até a propriedade dele e fizemos o plantio”, conta Janine. “Ele não só colheu o arroz como ainda conseguiu vender o alimento para uma escola local, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Além disso, ele nos relatou que a estratégia auxiliou na conservação do solo da propriedade”, acrescenta a pesquisadora.

Com base nessa experiência, a EPAMIG implantou, ao longo de 2023, 16 novas Unidades Demonstrativas (UD) espalhadas pelas regiões de Minas Gerais, onde o arroz foi plantado intercalado com o café e, em uma delas, com a cultura da maçã. Essas lavouras experimentais integram um projeto maior, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), no qual um total de 38 UDs foram implantadas em propriedades rurais de Minas Gerais.

“Em minha apresentação vou falar sobre possibilidades do plantio de arroz com outras culturas, principalmente o café, que sejam cultivadas em corredores largos, que não gerem sombreamento. É uma prática que proporciona ao produtor uma nova fonte de renda e ainda auxilia na manutenção das condições do solo”, explica Janine.

Plantio do arroz de terras altas intercalado com o café. Foto: Janine Guedes/Epamig

Nova linhagem de arroz de terras altas será apresentada

O evento marca também o pré-lançamento da nova linhagem de arroz de terras altas, CMG 1590 (nome provisório). O material foi desenvolvido e testado ao longo de 10 anos pelo Programa de Melhoramento Genético de Arroz, parceria entre UFLA, EPAMIG e Embrapa, iniciada em 1975.

“Toda nova linhagem lançada no mercado como cultivar precisa se destacar em alguma característica agronômica diante das anteriores. No caso da CMG 1590 o grande diferencial é o rendimento de grãos inteiros após o processo de beneficiamento”, detalha a professora da UFLA, e coordenadora do Programa, Flávia Botelho. “Hoje, as cultivares comercializadas no mercado apresentam, em média, de 60% a 64% de grãos inteiros, enquanto que a CMG 1590 ultrapassa os 68%, mantendo uma produtividade satisfatória”, complementa.

Segundo Flávia, o resultado nas prateleiras é um arroz com classificação “Tipo 1”, que representa a mais alta qualidade, com maior número de grãos inteiros dentro do saco comercializado. “Isso aumenta significativamente o valor desse arroz no mercado, e se transforma em maior retorno financeiro para o produtor rural”, diz a professora, que fará a apresentação de abertura no evento do dia 27/3.

A CMG 1590 apresenta ainda outras características agronômicas de destaque, que fizeram com que ela se sobressaísse nos testes realizados pelo grupo. “Além do seu alto rendimento, ela possui também grande resistência ao déficit hídrico e à brusone, uma praga do arroz. É uma linhagem muito recomendada para todas as regiões de Minas Gerais, sobretudo para a agricultura familiar”, detalha Janine Guedes, que também integra o Programa de Melhoramento.

A linhagem passa pela última etapa de registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mas já foi liberada para a produção de sementes e para o pré-lançamento. “Após o seu lançamento oficial, implantaremos várias Unidades Demonstrativas em lavouras com diferentes níveis de tecnificação, para avaliarmos, por exemplo, seu desempenho sob irrigação de pivô”, antecipa a pesquisadora da EPAMIG.

A última cultivar lançada no mercado pelo Programa “Melhor Arroz” foi a BRS MG Caçula, em 2012. Atualmente, a equipe conta com cerca de 20 linhagens de arroz na última etapa do processo de melhoramento, chamada de VCU (“Valor de Cultivo e Uso”).  A previsão é de que os novos materiais sejam lançados nos próximos anos. “A CMG 1590 é o marco da retomada do lançamento contínuo de linhagens de arroz de terras altas para o estado de Minas Gerais, oriundas da parceria UFLA, EPAMIG e Embrapa. Isso será extremamente importante para tornar a cultura economicamente atrativa para os produtores e auxiliará na segurança alimentar do Brasil e do mundo”, finaliza Flávia Botelho.

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