Por Naiara Araújo (naiara@sfarming.com.br)
PUBLICADO EM: 20/06/2017 08h32

Silo na fazenda: investimento em armazenagem ajuda produtor a lucrar mais

 Nas fazendas Roseira, Vargem Alegre e Campo Belo, em Alfenas (MG), o produtor Francisco Carlos Alves cultiva grãos numa área que soma 2 mil hectares. Como a produção não para de crescer, ele resolveu investir no próprio sistema de armazenagem.

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A estratégia é manter os grãos por perto e ter total controle sobre a produção. Isso significa vender na hora mais rentável e evitar de perder dinheiro no pós-colheita. “O silo dentro da fazenda facilita o armazenamento e melhora a comercialização da safra, porque agora eu não preciso mais vender tão rápido”, conta Alves.

A construção de dois silos metálicos com capacidade para 30 mil sacas cada foi a saída que o produtor encontrou para trazer mais segurança ao negócio. As estruturas ficam em uma área central para que possam atender as três propriedades, que estão de 5 a 35 quilômetros de distância dos silos.

O triplo da capacidade

Passados quase sete anos da instalação desses dois primeiros silos, agora Alves planeja triplicar a capacidade estática. Ele está investindo em mais duas estruturas com capacidade para armazenar 120 mil sacas, ou seja, 60 mil sacas cada. Os novos equipamentos, que custaram R$ 2 milhões, já chamam a atenção de vizinhos que estão em busca de um lugar para guardar a produção da segunda safra. Esse interesse vai gerar um novo negócio. Além de estocar a própria colheita, Alves vai ganhar dinheiro armazenando os grãos de outros produtores. “O retorno financeiro com o aluguel do silo vai ajudar a pagar esse investimento”, diz Alves.

Mais dinheiro no bolso

Durante a colheita é comum que o aumento da oferta de grãos derrube as cotações. O produtor que armazena na fazenda tem a vantagem de guardar a produção e esperar o melhor momento para vender. Segundo Alves, essa comercialização tardia faz a diferença nos lucros. “Teve ano que a valorização chegou a 50% na entressafra”, conta o produtor. “Se o milho custava R$ 20 por saca na colheita, na entressafra passou a custar R$ 30. O produtor que não tinha como armazenar deixou de ganhar.”

Mesmo com as linhas de crédito, o investimento em silos é alto para o produtor brasileiro. Mas, segundo Alves, o retorno vem em aproximadamente cinco anos. Para adquirir os primeiros dois silos, que somaram R$ 700 mil, ele utilizou recursos próprios para custear as obras de adaptação da fazenda e financiou a compra dos silos, que serão quitados em 2018. Agora, para a expansão, o produtor realizou a compra dos novos silos com financiamento da Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame), subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Dos R$ 2 milhões, 80% será financiado em até seis anos e 20% foi pago com recursos do produtor.

Adeus, mau negócio

Em 2008, Alves chegou a armazenar sua produção em silos de terceiros, mas logo viu que não estava fazendo um bom negócio. Em outro episódio, no ano seguinte, a dificuldade para encontrar armazéns na região desanimou o produtor.

Além disso, os valores gastos com frete e aluguel reduziam muito a margem de lucro. “Da quantidade de milho que eu guardei, cerca de 20% ficou para o aluguel do silo”, conta o produtor. O cenário atual é totalmente diferente. Além de não precisar pagar aluguel para estocar a produção, as operações estão mais eficientes. Antes, os caminhões ficavam horas parados nas filas das cooperativas ou para armazenar em silos de terceiros, principalmente na época da colheita, agora ele não perde mais tempo.

* Esse é um trecho da reportagem publicada na revista Farming Brasil. Confira o texto completo na segunda edição da revista, já nas bancas.

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Farming Brasil

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