Roberta Cáceres
PUBLICADO EM:
24/11/2011 15h00
Forno que teria sido esquecido ligado é a principal causa de incêndio que matou 2 pessoas
Laudo realizado pela equipe de perícia criminal aponta que um forno que teria sido esquecido ligado por um morador, como a principal causa do incêndio no edifício de luxo Leonardo Da Vinci, ocorrido no dia 2 de outubro, em que duas pessoas morreram. Este foi o principal motivo destacado pelos peritos, durante a entrevista coletiva na manhã de hoje (24), na 1ª Delegacia de Polícia, em Campo Grande (MS).
A investigação que durou mais de 40 dias e ainda não foi concluída, envolveu quatro peritos, dois engenheiros civis, um engenheiro químico e um engenheiro elétrico. Os peritos destacaram vários fatores que teriam ajudado a expandir o fogo, entre elas, a instalação do fogão, que estava embutido em madeiramento e não respeitava as normas de espaçamento entre a madeira que o moldava. Outra causa é o tapete próximo do forno, que teria ajudado a propagar o incêndio.
Durante a entrevista, os peritos Antônio César Moreira e Amilcar da Serra, ressaltaram que este acontecimento deve sirvir de alerta para a população. “Este caso passa a ser um divisor de águas, pois a população não dá a atenção necessária para normas de segurança em domicílio”, disse Amilcar.
Foi destacado também que muitas vezes uma pessoa quando planeja um ambiente prefere “deixar bonito e peca na questão de segurança”, como comentou o perito Antônio Moreira, se referindo aos apartamentos planejados. No mesmo edifício, a equipe de peritos vistoriou outros apartamentos onde foram encontradas a mesma estrutura de fogão moldado, fora das normas de segurança.
De acordo com o delegado responsável pelo inquérito policial, Miguel Said, no momento não dá para culpar alguém, pois o fato reúne vários fatores.
Incêndio
O fato ocorreu no dia 2 de outubro e matou duas pessoas no edifício de luxo Leonardo Da Vinci, em Campo Grande. O fogo teve início na cozinha do apartamento 909 do 9º andar. O publicitário Giovanni Sergio Dolabani Leite, de 24 anos, morreu por intoxicação, ele chegou a ser socorrido para atendimento médico, mas não resistiu.
A segunda vítima, também por intoxicação, foi a defensora pública Kátia da Silva Soares Barroso, de 37 anos. Ela ficou internada por três dias e não resistiu. O marido dela, o também defensor público Francisco José Soares Barroso, e o filho do casal, João Manoel, de sete anos, também ficaram internados.

