Leticia Santos
PUBLICADO EM:
01/08/2025 09h26
Planejamento no segundo semestre: a virada nas finanças pode chegar antes da virada do ano

Falta de planejamento para o futuro mostra como a educação financeira ainda é uma lacuna estrutural no Brasil. Quais os principais passos para o virar o jogo?
Mais da metade do ano já passou — e muita gente segue com as contas no vermelho, tentando equilibrar dívidas, boletos e o custo de vida cada vez mais alto. Segundo a 7ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, 52% da população sente alto estresse financeiro, e 34% gastou mais do que ganhou nos seis meses anteriores à pesquisa. Esses dados escancaram a urgência de uma mudança de rota: mais do que cortar gastos, é preciso planejar. A Finvity, plataforma especializada em estratégias patrimoniais e sucessórias, aponta como o segundo semestre pode ser uma oportunidade para reorganizar as finanças e dar os primeiros passos rumo a um futuro mais estável — mesmo para quem está endividado.
“Não é preciso ter patrimônio acumulado para começar a pensar no futuro financeiro. Planejar não é só para quem tem muito dinheiro: é para quem quer sair das dívidas, proteger o que tem e construir algo a longo prazo”, explica Zhang Shuzong, CEO da Finvity. Mesmo com dívidas ou falta de reservas, os próximos meses podem marcar o início de uma trajetória mais estável financeiramente. Para Zhang, alguns passos importantes incluem:
- Fazer um diagnóstico realista da sua situação: liste todas as suas receitas, despesas fixas e variáveis, dívidas e prazos. Enxergar com clareza o tamanho do problema é o primeiro passo para traçar um plano viável.
- Negociar dívidas com inteligência: por conta dos juros altos, algumas delas podem se tornar impagáveis. Renegociar com credores, buscar portabilidade de crédito ou trocar dívidas caras (como o rotativo do cartão) por opções mais baratas, são bons caminhos.
- Criar um plano de pagamento escalonado: caso não haja possibilidade de quitar tudo de uma vez, monte um plano com metas mensais realistas, priorizando dívidas com juros mais altos ou que afetem seu nome (como contas básicas e financiamentos).
- Redirecionar gastos sazonais a seu favor: use o segundo semestre para se preparar para os gastos de fim de ano, como impostos, matrícula escolar ou presentes, a fim de evitar novos endividamentos.
- Construir uma reserva, mesmo que pequena: não espere “sobrar” para começar. Qualquer valor separado mensalmente já cria o hábito e evita que imprevistos virem futuras dívidas.
- Começar a pensar no longo prazo: entender o básico de sucessão, impostos e preservação de patrimônio desde já é um diferencial muito importante. Algumas estratégias como previdência privada e seguros de vida, por exemplo, podem ser planejadas com valores baixos.
Outro aspecto muitas vezes negligenciado é o alinhamento financeiro entre gerações. Iniciar conversas familiares sobre dinheiro, herança e objetivos de longo prazo o quanto antes é muito necessário. Famílias que tratam o patrimônio como um projeto coletivo — e não apenas individual — tendem a tomar decisões mais eficientes. Trazer filhos adultos para o planejamento, entender desejos dos pais ou pensar na sucessão de pequenas empresas familiares são atitudes que podem redefinir o papel do dinheiro dentro da estrutura familiar, além de buscar informação e orientação especializada. Hoje, há uma série de plataformas e profissionais para auxiliar no planejamento financeiro e patrimonial de maneira personalizada - seja por meio de conteúdos educativos, simulações ou ferramentas de organização, o acesso à informação de qualidade é um dos maiores aliados para quem deseja virar o jogo antes da virada do ano.
Apesar de o segundo semestre trazer consigo um calendário marcado por ações de alto consumo, como a Black Friday, Natal e matrícula escolar - fatores que podem comprometer o orçamento, Zhang destaca que esse período pode ser um ponto de virada: “Planejar o futuro financeiro não é pessimismo, é maturidade. Ter clareza sobre seus ativos e saber administrá-los é essencial para garantir uma transferência tranquila e segura quando chegar a hora. E hoje, com o apoio da tecnologia, esse planejamento nunca foi tão acessível — e necessário. A educação financeira vai muito além de poupança ou controle de orçamento. Ela é o alicerce da segurança econômica das famílias brasileiras e da preservação de patrimônios que representam décadas de trabalho, conquistas e histórias de vida”, finaliza o executivo.
Sobre a Finvity
Fundada em 2021, a Finvity é pioneira na elaboração de uma plataforma completa para planejamento financeiro, patrimonial e sucessório. Com uma abordagem simplificada auxilia profissionais das áreas jurídica e financeira a compreender seus clientes de forma mais aprofundada, permitindo a oferta de soluções jurídicas e financeiras personalizadas, de maneira rápida e eficiente.

