JN Assessoria de Imprensa
PUBLICADO EM:
01/08/2025 06h43
Mesmo com exceções, tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros ainda preocupa mercado e pode impactar crédito e emprego

Thiago Eik aponta que medida amplia cenário de incerteza econômica e pressiona cadeias produtivas estratégicas
A decisão do presidente norte-americano Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros foi recebida com cautela pelo governo e pelo mercado. O adiamento da medida em sete dias e a exclusão de segmentos como suco de laranja, aço e aviação reduziram a tensão inicial entre empresários e autoridades, mas não afastam os riscos econômicos associados à decisão.
Para Thiago Eik, CEO da fintech Bankme e especialista em crédito para empresas, os sinais de alerta permanecem. “O tarifaço pode ter sido adiado e amenizado em alguns setores, mas a mensagem está dada: o Brasil perdeu relevância estratégica para o maior mercado do mundo. E quem paga a conta não é o governo, é quem produz, emprega e investe.", afirma.
De acordo com dados do setor, os produtos inicialmente incluídos na medida representavam bilhões em exportações para os Estados Unidos. Embora o governo interprete as exceções como abertura para negociação, entidades como a Abimaq e a CitrusBR reforçam que os impactos seguem relevantes em cadeias produtivas estratégicas.
Além das perdas comerciais, Eik destaca os desdobramentos macroeconômicos da medida. “O problema não é apenas a tarifa em si. É o isolamento diplomático que se consolida. Um governo que compra briga com parceiros históricos e se alinha a regimes questionáveis compromete a confiança internacional e empurra o país para a estagnação econômica”, critica.
Com menos dólares entrando no país, o real tende a se desvalorizar, elevando o custo de importações, insumos e combustíveis. A consequência direta é mais inflação e a manutenção de juros elevados pelo Banco Central. “Esse cenário sufoca o crédito, paralisa o consumo, inibe o investimento e ameaça o crescimento do PIB e o mercado de trabalho, em um efeito dominó que já começa a se desenhar”, diz Eik.
O governo brasileiro, por sua vez, tenta abrir canais de diálogo com os Estados Unidos para reverter ou minimizar os impactos da medida. A justificativa de Trump, no entanto, também carrega forte tom político, ao associar as tarifas a tensões diplomáticas com o Supremo Tribunal Federal e as investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para Eik, o momento exige menos ideologia e mais pragmatismo nas relações internacionais. “É fundamental que o Brasil recupere sua credibilidade no exterior. Crédito, investimento e emprego dependem de estabilidade. Sem ela, as empresas adiam decisões, investidores recuam e a economia desacelera”, conclui.
Sobre a Bankme
A Bankme é uma fintech que apoia médias empresas na superação dos desafios de crédito e gestão de caixa. Por meio da estruturação de Mini Bancos — operações de crédito internas e reguladas — as empresas podem antecipar recebíveis, alongar prazos e rentabilizar capital com mais autonomia. Utilizando instrumentos como debêntures e securitização, os Mini Bancos permitem que empresas financiem seus próprios parceiros, com recursos da PJ ou PF (sócios e investidores). Em poucos dias, essas organizações passam a operar com mais eficiência financeira, reduzindo custos e criando novas fontes de receita. Atualmente, a Bankme conta com mais de 160 Mini Bancos ativos e registro na CVM, além do apoio de fundos como DOMO VC, Apex Partners e Bamboo.

