Por Helio de Freitas, de Dourados
PUBLICADO EM:
15/05/2024 12h01
Tudodoms: Dono de construtora é preso por tráfico de armas
Em julho, Claudinei Tolentino Marques foi acusado de vender fuzil e pistolas até para traficante

O empresário Claudinei Tolentino Marques, 42, foi preso nesta quarta-feira (15) pela Polícia Federal em Dourados, a 251 km de Campo Grande. Ele é um dos alvos das operações Sordidum e Prime, deflagradas simultaneamente em Mato Grosso do Sul, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraíba e São Paulo
Nesses 11 estados, são cumpridos 64 mandados de busca e apreensão, 25 mandados de prisão preventiva, 11 mandados de prisão temporária, sequestro de 90 imóveis e bloqueio de bens e valores de 80 pessoas e empresas investigadas por tráfico internacional de drogas e armas, evasão de divisas, falsificação de documentos públicos e até tortura.
O grupo é acusado de remeter drogas a países da América Central. Em três anos de investigação, a PF identificou pelo menos seis toneladas de cocaína enviadas pela organização criminosa.
A empresa de Claudinei, a Referência Construtora e Incorporadora, localizada na Avenida Dom Redovino Rizzardo, foi um dos endereços vasculhados pela PF em Dourados. Os policiais também estiveram na Primeira Linha Acabamentos e na Focco Imobiliária, ambas na Avenida Weimar Gonçalves Torres, e em dois condomínios de luxo, o Porto Madero e Porto Unique.
Veículos de luxo, armas, joias, relógios, dinheiro vivo e pelo menos três caminhões da Primeira Linha foram apreendidos.
Além de Dourados, em Mato Grosso do Sul foram cumpridos mandados em Campo Grande, Ponta Porã, Caarapó e Bonito; Lauro de Freitas (BA); Boca da Mata (AL); Duque de Caxias (RJ); Itapema, São José e Palhoça, em Santa Catarina; Minaçu e Goiânia, em Goiás; São Félix do Xingu, Xinguara, Tucumã e Redenção, no Pará; Cruzeiro do Sul, Ibaiti, Maringá e Curitiba, no Paraná; Confresa, Barra do Garças, Guiratinga e Tesouro, em Mato Grosso; Santa Fé do Sul (SP); e João Pessoa (PB).

Na sede da empresa na Avenida Hayel Bon Faker, na casa de Claudinei e na casa de clientes da loja, foram apreendidas 33 armas, a maioria fuzis. Segundo o Dracco, além de vender as armas antes mesmo da emissão da nota fiscal, a empresa teria importado fuzis dos Estados Unidos sem autorização do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército Brasileiro.
O Campo Grande News apurou que Claudinei entrou na mira da polícia em 2000, quando o Dracco deflagrou a Operação Chacal, para prender Charles Miller Viola, apontado como sócio e operador dos negócios do narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”.
Com nome de Carlos Roberto da Silva – identidade falsa que usou por duas décadas – Charles morava em uma mansão no condomínio de luxo Ecoville, em Dourados. A casa pertencia a Claudinei Marques.

