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O reino


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  • mell280

21/11/2015 10h10

O reino

Frei Venildo Trevizan


Hoje pensei em oferecer uma reflexão inspirada na pessoa de Jesus Cristo. O calendário da Igreja celebra o último domingo do Ano Litúrgico. Coloca a figura de Jesus Cristo como o Rei de todos os povos e de todas as nações. Quando falam dessa figura, costumam apresentar Jesus Cristo vestido com vestes ricas, com o cetro na mão, com uma coroa de ouro na cabeça, com um olhar severo e sentado num trono muito rico. 

São representações artísticas, mas não históricas. Pela história, sabemos que não foi assim. Quando Pilatos o interrogou para se certificar se ele era realmente o rei dos judeus, ele respondeu convictamente: “O meu reino não é desse mundo. Se meu reino fosse desse mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus” (Jo.18,36).

Com essa declaração, quer esclarecer que seu poder não vem dos palácios e nem dos tronos. Não vem dos detentores de riquezas e de títulos. Não vem de concorrências políticas ou econômicas. Seu reino não é um reino alimentado por ideologias. Não é um reino servido por exércitos e defendido por armas poderosas. 

O seu reino é diferente. Nas vésperas de sua prisão e de sua condenação à morte numa cruz, durante uma ceia mostrou qual e como queria que fosse o seu reino aos seus seguidores mais próximos. Durante a ceia, tomou uma bacia com água e passou a lavar os pés de cada um.

Terminada a tarefa, olhou para cada um e perguntou: “Vocês compreenderam o que acabei de fazer? Vocês dizem que sou o Mestre e o Senhor. E vocês têm razão. Eu que sou o Mestre e o Senhor lavei seus pés, por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros” (Jo.13,5ss). 

Deixa claro que, para pertencer ao seu reino, será necessário lavar os pés uns dos outros, será necessário servir uns aos outros, será necessário respeitar uns aos outros e será necessário, principalmente, amar uns aos outros, assim como ele os amou. Pois o seu reino é um reino que não tem inimigos. E cada membro desse reino assume a missão de levar a paz, de difundir a verdade e de construir o amor pelo caminho da misericórdia.

O mundo não entende isso. Cada nação, cada reino tem suas armas, as mais sofisticadas e as mais poderosas, tem seus exércitos fortemente armados. Tudo com o objetivo de destruir os inimigos e gozar da supremacia sobre os demais. Não importa quantas vidas sejam ceifadas. O prazer é poder ter o controle das armas e das guerras.

A vida do ser humano deixa de ser sagrada. Passa a ser objeto descartável. Enquanto for útil para alguma função, será utilizada. Quando perder sua importância, será abandonada e até eliminada. 

Lamentamos os países em guerra. Lamentamos as multidões de migrantes. Lamentamos tantos seres humanos mendigando dignidade e sobrevivência.

Onde estão os cristãos? Onde estão os que se sentam à mesa com o Mestre para ouvir sua palavra, repartir o pão e partilhar sentimentos e emoções; mas, ao saírem da mesa, desconhecem os famintos, os dependentes químicos e tantos outros marginalizados pela ganância do poder e das riquezas? 






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