Ela se matou aos 12 anos, dizendo que se sentia vazia e inútil depois da perda, ocorrida em 2010

Quando a mãe de Isabel Ann Richardson morreu, em 2010, vítima de câncer de mama, algo se apagou também dentro da menina, então com sete anos na época. Durante cinco anos, a pequena remoeu a amargura da perda sem encontrar um caminho de volta. E assim, passou muito tempo em sofrimento permanente, marcado por fotos de automutilações postadas no Instagram.

A alegria da menina se esvaiu como um encanto que teve data para acabar. E se foi, junto com sua própria vida. Depressiva, ela não parava de repetir que se sentia inútil e vazia.

Isabel recebeu auxílio na escola Hewett, em Norwich, Inglaterra, onde morava, mas foi superada pela tristeza e se enforcou em 12 de maio último, quando foi encontrada pelo pai, Stephen Robinson, no seu quarto. Ele havia sido alertado pelo irmão de Isabel sobre a condição precária da menina.

O pai sabia da tendência da filha em se automutilar. Isabel contou a ele sobre isso cinco semanas antes da própria morte, segundo o mesmo disse no inquérito do Tribunal de Norfolk.

Richardson tentou fazer algo por Isabel. Ambos foram falar com a enfermeira da escola e foram encaminhados para o serviço especializado em lidar com perdas.

Acontece que o pai não se deu conta de que a menina poderia se matar. E se sente culpado pela tragédia.

— Sempre fico achando que poderia ter feito mais por ela

Nada, porém, deteve a força da morte, que transformou a menina, antes sorridente, em alguém introspectivo e triste, sem conseguir superar a perda da mãe

O pai, devastado, disse até que tinha pensado que, com as conversas,a filha se animara. Além de deixar a saudade latejando nele, a morte de Isabel também levou com ela a ilusão