PUBLICIDADE

Pontos da história: há museu ignorado por City Tour e xodó de estrangeiros


PUBLICIDADE

02/08/2015 10h43

Pontos da história: há museu ignorado por City Tour e xodó de estrangeiros



 

 

 

Viviane Oliveira
Pontos da história: há museu ignorado por City Tour e xodó de estrangeiros



 
Museu José Antônio Pereira, fica na Avenida Guaicurus. (Foto: Marcos Ermínio) Museu José Antônio Pereira, fica na Avenida Guaicurus. (Foto: Marcos Ermínio)

Campo Grande tem 17 museus. Parte da história da cidade, que completa 116 anos neste mês, começa com a casa que abriga o museu José Antônio Pereira na Avenida Guaicurus, no Bairro Monte Alegre.

 

O casebre de pau-a-pique feito de barro de sopapo, com estrutura de bambu e viga de aroeira, abrigou Luiz Pereira, filho do fundador da Capital. O local, administrado pela Prefeitura, ainda mantém várias peças da década de 70 e é o xodó de muitos turistas estrangeiros, porém ignorado pelo City Tour, ônibus de turismo.

A professora Terezinha Dias de Alencar, uma das funcionárias da casa, conta que o museu recebe visitas durante todo o ano, mas é em agosto, mês do aniversário da cidade, que o fluxo aumenta.

O local chega a receber até cinco caravanas por dia. A maioria do público é de jovens de escolas, instituições e universidades. Mas o museu também recebe visitas de estrangeiros e estudantes de outros estados. “Este ano já recebemos gente do Pará, Minas Gerais, São Paulo, Paraguai e até de Nova Iorque”, conta.

Para a professora, é uma pena o ônibus não ter como rota o espaço. “Eles alegam que aqui é muito longe e a fiação elétrica é muito baixa”, lamenta. A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que oCityTour deixou de passar pelo museu para otimizar o tempo de passeio, que foi centralizado. O veículo especial passa por 42 pontos turísticos. O passeio dura 2h30, com trajeto de 48 quilômetros. A Moradas dos Bais, na Avenida Afonso Pena, é o ponto de partida. 

 
Zaqueu e o filho, Everson, assinam a folha de vista do museu José Antônio. (Foto: Marcos Ermínio) Zaqueu e o filho, Everson, assinam a folha de vista do museu José Antônio. (Foto: Marcos Ermínio)
 
Cama que pertenceu a família Pereira está no museu. (Foto: Marcos Ermínio) Cama que pertenceu a família Pereira está no museu. (Foto: Marcos Ermínio)

Diversão - Em compensação, o museu é a alegria dos moradores da região e da criançada, que aproveita o espaço grande e arborizado para soltar pipa aos finais de semana e até para tomar tereré. Quem não é do bairro e sabe da existência do local também aproveita para prestigiar o lugar.

Independente da idade e grau de conhecimento, a experiência em museu é única. Cada um observa e compreende o que está exposto ou escrito de forma diferente. É o caso de Zaqueu Bitencourt, 59 anos, que gosta de ir até lá para relembrar a infância na fazenda dos pais.

Uma das peças do local que mais faz o pedreiro voltar no tempo é o engenho de moer cana-de-açúcar. “Eu vivi um pouco dessa cultura, época em que, mesmo com as dificuldades, a vida no campo era boa. Gosto de vir aqui para recordar os tempos antigos”, diz Zaqueu, acompanhado do filho Everson, de 29 anos. O carro de boi usado para transportar, na época, sacas de arroz e feijão também chama atenção de quem passa por ali.

 
Ala dos bichos empalhados, no Museu das Culturas Dom Bosco. (Foto: Marcos Ermínio) Ala dos bichos empalhados, no Museu das Culturas Dom Bosco. (Foto: Marcos Ermínio)
 
Historiador Leonardo veio à Campo Grande visitar o museu para buscar inspiração. (Foto: Marcos Ermínio) Historiador Leonardo veio à Campo Grande visitar o museu para buscar inspiração. (Foto: Marcos Ermínio)

Referência - Com exposições diferentes, o museu das Culturas Dom Bosco, administrado pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), é referência em todo o país. Conforme o coordenador geral, Dirceu Maurício Van Lonkhuijzen, os visitantes do espaço, conhecido como Museu do Índio, gostam de ver os bichos empalhados. Tem várias espécies, de arara à onça pintada. 

De Belo Horizonte, Minas Gerais, o historiador Leonardo Miranda, 36 anos, veio à Campo Grande só para visitar o local. “Trabalho com pesquisa de curadoria para museu e aqui é referência. Vim buscar inspiração e saber como é feito o trabalho e tratamento na área de cultura indígena”, diz.

Além da riqueza da exposição, Leonardo diz que o espaço incorporou a cultura dos índios na forma de expor as peças. “Aqui por exemplo, o material está exposto em circulo, assim como acontece na maioria dos rituais indígenas”, elogia o mineiro.

O gerente de patrimônio histórico e cultural da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), Caciano Lima, explica que a definição do termo museu foi ampliada. Com isso, muitos espaços de memória estão se organizando e passando a se cadastrar e atuar como museológico. "A meta é fazer com que tenham um atendimento dentro dos padrões, com horários estendidos no final de semana e fechamento nas segundas-feiras". 

 
Ala de exposição indígena do museu das Culturas Dom Bosco. (Foto: Marcos Ermínio) Ala de exposição indígena do museu das Culturas Dom Bosco. (Foto: Marcos Ermínio)

Confira os museus em Campo Grande: 

Museu das Culturas Dom Bosco - Avenida Afonso Pena, nº 7.000, Parque das Nações Indígenas, (67) 3326-9799.

Museu José Antônio Pereira - Jardim Monte Alegre, Avenida Guaicurus, (67) 3314-3181.

Museu da Imagem e do Som - Avenida Fernando Corrêa da Costa, nº 559 – 3º andar, (67) 3316-9146.

Museu Lídia Bais – Avenida Noroeste, nº 3314-3693, Centro, (67) 3314-3693, que será reinaugurado neste mês.

Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul - Rua Antônio Maria Coelho, nº 6000, Parque das Nações Indígenas, (67) 3326-7449.

Museu de Arqueologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Avenida Fernando Corrêa da Costa, nº 559 – 1ª andar, (67) 3321-5751.

Museu Latino Americano - Chácara Latino Americano - BR 010, saída para Rochedinho, (67) 3321-0487.

Museu da Força Expedicionária Brasileira de Campo Grande - Avenida Afonso Pena, nº 2.270, Centro, (67) 3384-8442.

Casa Operariana – Memorial do Operário Futebol Clube, Rua Barão do Rio Branco, nº 592, Centro,  (67) 8411-9705.

Centro de Memória do TRE - Rua Desembargador Leão Neto Carmo, Parque dos Poderes, (67) 3326-4166.





PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
  • academia374
  • Nelson Dias12
PUBLICIDADE