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O teste do amor


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  • mell280

25/10/2014 04h25

O teste do amor

Frei Venildo Trevizan: "O teste do amor"

Frei Venildo Trevizan


 

Autor do artigo é frei 
(Foto: Paulo Ribas/Correio do Estado)Autor do artigo é frei

São muitas as pessoas buscando explicações a respeito do amor. Encontram dificuldade em acreditar nesse amor. Querem até fazer um teste para saber até onde o amor é verdadeiro, sincero e fiel. Chegam a questionar o próprio Deus. Não se contentam com as afirmações. Querem provas concretas de que o amor existe. Os próprios doutores da Lei e os fariseus questionaram o Mestre demonstrando que não acreditavam em tudo o que ele dizia. Chegaram ao ponto de duvidar que ele soubesse interpretar corretamente tudo o que estava escrito na Lei.

Com a maior ironia fazem a seguinte pergunta: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Querem experimentá-lo. Querem questionar seus conhecimentos e suas convicções. Duvidam de sua sabedoria e buscam motivos para condená-lo e eliminá-lo. Não sabem com quem estão lidando.

A resposta veio com toda a força e toda a pujança de um sábio que superou o horizonte estreito dos conhecimentos humanos. Foi muito além da expectativa dos questionadores. Levou o publico a pensar nas opções profundas que cada qual deverá fazer em face da Lei e dos Profetas. E foi muito sério em sua resposta: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito”. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a este: Amarás teu próximo como a ti mesmo”. (Mt.22,34-40)

Resposta de quem conhecia as consciências e sabia da malicia que perpassava as mentes farisaicas. Resposta que continua questionando a sensibilidade dos homens e mulheres que hoje ainda vivem em suas desconfianças a respeito da seriedade e da importância desse mandamento.
Amar não é apenas uma lei divina. É tambem uma lei humana. Todos nascem do amor de alguém. E só poderão viver se forem alimentados nesse amor. Não será possível viver sem amar e sem ser amado. Não será possível conviver sem acreditar e sem cultivar esse amor.

Triste será a vida de quem se sentir marginalizado e desacreditado. Essa situação será o caminho mais favorável à depressão e ao suicídio. Pois perderá o rumo de seus anseios e destruirá a maravilha de seus sonhos caindo no obscuro estado de descrença e de solidão.
Mas sempre será possível evitar isso desde que haja entre os seres humanos atenção especial com os mais fracos, desde que haja mais solidariedade com os fragilizados e maior empenho em trabalhar os valores que fazem parte da convivência humana.

Amar é sentir-se irmão. Seja na alegria ou na tristeza. Seja na saúde ou na doença. Seja no servir ou no perdoar. Seja no receber ou no partilhar. Amar é incentivar as esperanças e os sonhos. E é celebrar as vitorias como um tesouro conquistado no trabalho partilhado e na luta solidária.
O amor não tem cor, não pertence à classe alguma, não tem crença. O amor não tem partido e não tem ideologia. Ele não é egoísta nem interesseiro. Ele é o segredo de pessoas felizes que não pensam em si, mas pensam e fazem o melhor para os outros.