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Candidatos vão lutar para manter voto e não se arriscarão em programa na TV


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19/08/2014 06h43

Candidatos vão lutar para manter voto e não se arriscarão em programa na TV

Ludyney Moura


 

 
O tucano Reinaldo Azambuja é o segundo colocado do tempo de rádio e TVO tucano Reinaldo Azambuja é o segundo colocado do tempo de rádio e TV
 
Delcídio encabeça a lista de aparições na TV dos candidatos ao governo do Estado (Fotos: Divulgação)Delcídio encabeça a lista de aparições na TV dos candidatos ao governo do Estado (Fotos: Divulgação)

A principal ferramenta de campanha começa amanhã em todo o país, o horário eleitoral gratuito no rádio e TV. Na opinião de especialistas ouvidos pelo Campo Grande News, o eleitor sul-mato-grossense não verá nestes programas um espaço de divulgação de propostas factíveis, mas sim grandes produções midiáticas.

“O marqueteiro continua sendo a figura central do processo politico, quando ele é isso, e o marketing político se converte na estratégia fundamental das campanhas, você tem o eleitorado posto como um equivalente do mercado, e o politico como a mercadoria a ser vendida, como um sabão em pó e a margarina”, avalia o sociólogo Paulo Cabral.

De opinião semelhante comunga o cientista política Tito Machado, que aposta em um programa eleitoral “morno”, uma vez que os candidatos estão mais preocupados em não perder votos que conquistá-los.

“Propaganda é sempre bom, o problema é que ao longo do tempo, acabaram não mostrando propostas dos candidatos, passam muito tangencialmente por elas. Eu acredito que para Presidente da República isso tem um papel muito grande, porque é oportunidade que o candidato tem de se mostrar desde o sul maravilha, até o norte pobre, passando pelo nordeste miserável”, pondera Machado.

 
Nelsinho Trad, do PMDB, é o terceiro colocadoNelsinho Trad, do PMDB, é o terceiro colocado
 
Evander Vendramini, do PP, é o quarto da listaEvander Vendramini, do PP, é o quarto da lista
 

Na opinião do cientista, regionalmente o eleitor não terá a oportunidade de escutar sobre temas mais polêmicos, como o aborto e a liberação do uso de drogas. “Os principais candidatos são muito midiáticos. Vou assistir ao programas eleitorais porque sou fanático por isso, mas não acredito que eles farão grande diferença na escolha do voto”, pontua.

Já o sociólogo é mais contundente ao criticar o rumo do horário eleitoral gratuito, transformado pelos maiores partidos e candidatos em superproduções televisivas. “Eu diria, desgraçadamente, depois que o programa eleitoral se tornou a principal peça de proselitismo político, a gente tem várias vieses resultantes disso. Por exemplo, várias coligações, que acontecem não em virtude de identidade ideológica, programática, tempo de TV, arranjo mais espúrios e inimagináveis, muitas vezes”, diz Paulo Cabral.

Cabral também comenta sobre a crescente importância das mídias eletrônicas no convencimento do eleitor, que na opinião dele acabam por concentrar os momentos de reflexão política e debates ideológicos.

“Até a década de 1970, aproximadamente, você tinha a escola como o grande aparelho ideológico do Estado. A partir desse momento, cresce vertiginosamente no Brasil, a mídia eletrônica e as redes de TVS ganham envergadura nacional, e passam a controlar as massas. O marqueteiro, figura central no processo, está preocupado com o produto que ele vende, pouco importa quem é o candidato ou o partido. Ele produz palavras bonitas, mensagens vazias, das quais se extrai muito pouco. É um pena porque a campanha podeira ser um momento de reflexão, debate e crescimento politico, mas são rios de dinheiro jogados ralo à baixo, de concreto e expressivo sobra quase nada. Dai porque infelizmente uma parcela significativa do eleitoral não assiste os programas”, finaliza.

Tempo de TV – De acordo com dados divulgados pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), dos postulantes ao cargo de governador do Estado de Mato Grosso do Sul, o candidato do PT, senador Delcídio do Amaral, é o que terá maior tempo de exposição no horário eleitoral gratuito, com 6 minutos e 7 segundos e 165 inserções.

 





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