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Classe política lamenta tragédia na Fazenda Buriti


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31/05/2013 16h27

Classe política lamenta tragédia na Fazenda Buriti

Ministro determina rigor em apuração sobre a morte de indígena


 

 

 


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Deurico/Arquivo CapitalNews

   
 
 

 

 
 

A classe política de Mato Grosso do Sul lamentou o incidente envolvendo indígenas e policiais federais e militares na Fazenda Buriti, na tarde desta quinta-feira, em Sidrolândia, que resultou na morte do indígena Oziel Gabriel, de 35 anos, atingido por um tiro no tórax durante o confronto. Na semana passada a bancada federal e deputados de MS estiveram em Brasília em reunião com ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e haviam alertado sobre a gravidade da situação.

Por meio das redes sociais, o senador Delcídio do Amaral (PT) disse que a omissão e a leniência fizeram com que uma tragédia anunciada se concretizasse. “Não foi por falta de aviso. As etnias indígenas e os produtores rurais são as maiores vítimas. Soluções existem. Falta vontade política”, disse o parlamentar.

Para o deputado federal Vander Loubet (PT), as autoridades precisam apurar as responsabilidades pela tragédia. “O trabalho da Polícia Federal tem que ser apurado como bem disse o Ministro da Justiça. Índios e fazendeiros têm suas razões. Cada um está defendendo aquilo em que acredita. Mas nada justifica um morto e muitos feridos”, lamentou.

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, afirmou que tanto os indígenas quanto os policiais são vítimas do descaso. “É muito lamentável o que ocorreu em Sidrolândia. Inocentes sendo levados a um confronto que causou feridas, dor e morte. Os índios, proprietários e também os policiais são vítimas. Vítimas da demora na tomada de definitiva solução para esses conflitos. Ora, se a terra foi identificada como terra indígena, os proprietários devem ser indenizados por elas e pelas suas benfeitorias”, garantiu.

Logo após ser informado sobre o conflito, o governador André Puccinelli ligou para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, para solicitar ação do Governo Federal no sentido de aliviar a tensão e evitar novos conflitos, considerando que a questão fundiária e dos interesses dos indígenas é responsabilidade da União.

Porém, não conseguiu falar com o Ministro da Justiça. André Puccinelli falou com o general Roberto Sebastião Peternelli Junior que está substituindo o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, José Elito Carvalho Siqueira, e pediu intervenção imediata do governo Federal para que a situação seja resolvida.

Mais tarde, em entrevista à Agência Brasil, o Ministro da Justiça determinou que a Polícia Federal apure, "com rigor", se houve abuso policial durante a desocupação de uma fazenda localizada em Sidrolândia. "Vamos apurar com muito rigor o que houve. Se houve abuso, todos os responsáveis serão punidos", disse o ministro, informando que a PF já instaurou inquérito para apurar os fatos.

Cardozo acrescentou que já pediu relatórios detalhados à Polícia Federal e à Fundação Nacional do Índio (Funai), cujos representantes acompanhavam a operação. "É impossível dizer, neste momento, quem atirou nos índios. Já determinamos que os fatos sejam apurados", comentou. Por meio de nota oficial, o Governo do Estado afirma que toda a ação executada na Fazenda Buriti seguiu determinação da Justiça para apoio à Polícia Federal, e que a ação da CIGCOE seguiu os procedimentos de garantir a ordem, preservando a vida.

Entenda o caso

A fazenda foi ocupada pelos terenas em 15 de maio, em poucas horas uma decisão liminar foi emitida para que os índios deixassem o local. Mas a reintegração não foi cumprida no dia 18 e a decisão acabou suspensa até quarta-feira (29), quando foi realizada audiência na Justiça Federal. Sem acordo entre as partes, o juiz substituto Ronaldo José da Silva determinou o cumprimento da reintegração de posse, que foi realizada ontem

Os indígenas da aldeia Buriti reivindicam uma área de 15,2 mil hectares, na região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, no sul do Estado. A área atual da terra indígena é de dois mil hectares, onde vivem 4,5 mil pessoas, em nove aldeias. A área reivindicada já foi considerada por perícia judicial antropológica e histórico-arqueológica como terra de ocupação tradicional indígena, porém uma decisão judicial impede a demarcação das terras.

 





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