Em primeira edição em Campo Grande, o evento de arquitetura, decoração e paisagismo Morar Mais por Menos apresenta a inclusão social como um dos objetivos a ser cumprido pelos profissionais. Eles são desafiados a inserir em seus projetos produtos criados por ONGs e projetos sociais, além de cooperativas de artesãos, aumentando a visibilidade e as chances de negócios para aqueles que trabalham na informalidade.

É o caso do Apartamento do Jovem Empreendedor idealizado pelas arquitetas Gabriela Diniz e Silvia Vieira. As profissionais utilizaram o grafite para abordar o tema que muitas vezes é confundido com pichação.  O apartamento foi pensado também para valorizar e enaltecer essa arte. Outro ambiente que aborda o tema é a Garagem, elaborado pelas arquitetas Miralba Moraes e Joana Moraes e pelo designer Artur Moraes.

Outro local onde é possível observar a inclusão social é o Ateliê da Artista, criado por Ana Ruas. No espaço a artista plástica utiliza o papel artesanal da Pestalozzi e peças feitas por alunos e mães das crianças do local. Itens como garrafa revestida com fios de folhas de bananeira e porta "trecos" forrados de papel feito com casca de cebola também são expostas. A Pestalozzi, através do programa Moinho de Papel, também se faz presente nas cestas de pão utilizadas nas mesas do ambiente Restaurante, idealizado pelas arquitetas Ana Paula Zahran e Luciana Teixeira.

A escola Pau Brasil também expõe jogos de mesa no espaço Loja Bigolin, idealizado pelos arquitetos Charbel Luis Bacha, Silvia Lotfi e Rodrigo Ferreira Khalil.  O Recanto do Poeta, criado pelas arquitetas Kamylle Versetti, Maria Fontoura, o decorador Hézio de Paula e os designers Stephan Hoffman e Fred Lei é outro espaço que utiliza obras produzidas pelos integrantes do projeto, como o banco de toras e a árvore que compõe o cenário.

O Quarto e a Sala de Vestir do Casal, das arquitetas Kharla Costa, Letícia Rocha e Maysa Vieira, utiliza bolsas e acessórios do projeto “Arte Daqui, Arte de Casa”, desenvolvido em parceria com o Sebrae e com a mostra Morar Mais por menos, além do artesanato das mulheres Kadiwéu da aldeia Marçal de Souza. A Suíte Pantaneira, idealizada pelo designer de interiores Gleiner Porto Rocha, também incorporou produtos feitos por índias. O ambiente rústico e elegante recebeu vaso, moringa e bacia elaborados por indígenas de Bodoquena.

No Escritório do Advogado, a arquiteta Letícia Rocha utilizou peças produzidas pelo Instituto Mirim de Campo Grande. Oporta-retrato e o portas-cartão em cima da mesa são feitos de papel craft e a lixeira foi elaborada a partir de um galão de tinta. Na Galeria do Tempo, idealizada por Regina Virardi, foram expostos relógios artesanais produzidos pelo Instituto, dando um toque autêntico ao local.  

Premiada na 3ª edição do prêmio Sebrae, a artesã Silvia Stumpo expõe na Sala de Banho do Casal criada pelos designers Kelson Carvalho, Claudio Diniz, Ana Luiza Elias e Sandy Fontoura, o kit para armazenar itens de higiene pessoal trabalhado com cacos de vidro.

Os paineis da Varanda Morena e da Bilheteria, da arquiteta Bruna Rezende, foram feitos pelos alunos da escola Pau Brasil, programa de formação profissional nas áreas de marcenaria e design para jovens de famílias de baixa renda, realizado pela organização sem fins lucrativos GIRA Solidário. A varanda foi decorada com pinturas criadas por 30 crianças que integram os projetos sociais da Casa de Ensaio e do Centro de Integração da Criança e do Adolescente (Cica). Durante oficina ministrada pela artista plástica Ana Ruas, elas puderam elaborar a própria interpretação sobre o tema Sustentabilidade.