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Chuva traz alívio e produtores retomam plantio da soja


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18/11/2019 10h23

Chuva traz alívio e produtores retomam plantio da soja

Algumas regiões tiveram 21 dias de estiagem, o que poderia prejudicar a safra.

SÚZAN BENITES


Cuidados após o plantio da soja
Após quase dois meses de escassez de chuvas, produtores rurais de Mato Grosso do Sul têm melhores perspectivas com o plantio da safra de soja. Com base nas informações do Boletim Casa Rural, elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), até o dia 8, a área plantada de soja no Estado alcançou 60,3%.

O levantamento aponta que a situação das lavouras nas três regiões, acompanhadas pelo projeto Siga MS, é favorável para o plantio. Os produtores aproveitaram para efetuar o plantio nas primeiras semanas deste mês. “A previsão climática no mês de novembro apresenta até o momento condições de clima favorável para o plantio, chuvascom frequên­cia, possibilitando o plantio constante nas próximas semanas”, informa o documento.

A região central do Estado segue ligeiramente à frente, com 61,6% de área plantada. Com o aumento da frequência e regularização das chuvas, a expectativa é de que o plantio siga acelerado nas próximas semanas. Cabe enfatizar que na safra passada, nesta mesma semana, o plantio alcançava a marca de 94% em Mato Grosso do Sul. 

EXPECTATIVA

De acordo com a analista técnica da Famasul Tamires Azoia de Souza, o plantio da soja em Mato Grosso do Sul alcançou o equivalente a 1,908 milhão de hectares. “Essa diferença se dá, sobretudo, à condição de neutralidade climática [nem La Niña nem El Niño] em que estamos passando este ano, que faz com que o período chuvoso tenha início tardio. Apesar do atraso em relação aos anos anteriores, o plantio encontra-se dentro da janela recomendada pela Embrapa e Mapa para a soja em Mato Grosso do Sul, portanto, esperam-se ainda boas produtividades na colheita”, explica a engenheira-agrônoma. 

ÁREA PLANTADA

Na região norte, 60,1% das lavouras estão semeadas e a região sul tem média de 59,9% de área plantada. O agrônomo que atende a região sul do Estado, Ricardo Rigon, disse que já houve melhora na situação de Dourados e região. “Agora está todo mundo plantando. Já tem quase 60% da soja plantada e, na próxima semana, o plantio vai  avançar bastante, após as chuvas registradas”, explicou.

Conforme o relatório da Casa Rural, a porcentagem de área plantada na safra 2019/2020 é inferior em aproximadamente 33,87% em relação à safra 2018/2019. Em comparação com os dados do período anterior, estima-se, até o momento,aumento de área plantada em aproximadamente 6,18%, passando de 2,979 milhões para 3,163 milhões de hectares.

Em relação à expectativa do volume de produção, é estimado aumento de 12,57% em relação à safra anterior. O volume de produção de grãos foi de 8,800 milhões de toneladas na safra 2018/2019  e passará para 9,906 milhões de toneladas na safra 2019/2020. A produtividade para a próxima safra está estimada em 52,19 sacas por hectare.

SECA

A escassez de chuvas em Mato Grosso do Sul refletiu no replantio de algumas áreas de soja e há previsão de atraso no plantio da safrinha de milho. Até o dia 3, diferentes áreas do Estado se encontravam com até 21 dias sem chuva. Alguns produtores rurais do Estado anunciaram perdas financeiras com replantio de soja e risco de enfrentar seca e geada com o milho. 

O agrônomo Ricardo Rigon confirmou que a situação estava complicada para os agricultores no começo do mês. “Algumas áreas precisaram ser replantadas, porque algumas plantas já perderam potencial produtivo em razão da falta de água. Nosso plantio vai se intensificar agora a partir do meio do mês de novembro, assim sendo a colheita será em março. A data para o plantio do milho é até 10 março, então provavelmente vamos passar desta data. Com isso, podemos ter de enfrentar problemas de seca e geada no milho”, disse.

CHUVAS

Conforme o Sistema de Monitoramento Agrometeorológico (Agritempo), na região centro-norte do Estado ocorreram precipitações entre os dias 4 e 8, com média acumulada de 18 mm no município de Coxim, 16 mm em Pedro Gomes, 8 mm em Rio Verde de Mato Grosso, 15 mm em São Gabriel do Oeste e 20 mm em Sonora.

Na região sudoeste, a média acumulada, no período de 4 a 8 deste mês, foi de 21 mm no município de Ponta Porã e 35 mm em Antônio João. Já na região sul, a média acumulada no período foi de 14 mm no município de Caarapó, 3 mm em Laguna Carapã, 12 mm em Aral Moreira, 6 mm em Coronel Sapucaia e 2 mm em Amambai.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) hoje a previsão é de chuva isolada, principalmente à tarde, no norte e noroeste de Mato Grosso do Sul.

PECUÁRIA


A pecuária também sofreu com a escassez de chuvas. Sem umidade, as pastagens não brotaram, prejudicando a alimentação dos bovinos. De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Alessandro Coelho, o momento é de estratégia.

“As reses prejudicadas pela estiagem devem ser selecionadas e comercializadas no mercado, por meio de leilão, por exemplo. O sindicato criou o Leilão Agro Forte, para possibilitar que produtores associados e não associados comercializem esse gado, que tende a ser um pouco mais magro. E aqueles que ficarem na fazenda acabaram por achatar um pouco mais a margem do pecuarista, uma vez que deverá ser feito um trabalho de nutrição adequado ao rebanho”, afirmou.