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Em 12 horas de fotos, família eterniza quase 100 anos de história em fazenda


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  • mell280

21/09/2018 09h41

Em 12 horas de fotos, família eterniza quase 100 anos de história em fazenda

Com "fotografia documental", casal mostra como é a rotina que já chegou à quarta geração da família.

Thailla Torres


 Lembranças e uma tradição que há décadas é rotina de uma família em Mato Grosso do Sul agora estão eternizadas em fotos. Durante ensaio documental em uma fazenda, no Pantanal, a memória finalmente virou registro material, para ninguém esquecer de quem chegou ali, em 1930, e trouxe a essência do trabalho que ultrapassa gerações. Diferente de um ensaio programado, onde poses e sorrisos são coordenados pelo fotógrafo, no estilo documental a espontaneidade é a essência do registro. Por isso, foi preciso no mínimo 12 horas sem nenhuma interferência de quem fotografa.

 

A experiência foi a estreia da família da pecuarista Estelimar de Sousa Flores Nantes, de 50 anos e do marido Nerrod Machado Nantes, de 53. Juntos, eles criam gado na fazenda “Bem Boa”, localizada na região de Rio Verde, e o trabalho duro inicia cedo, às 4h da madrugada. As imagens são um recorte de como funciona o dia de embarque dos animais que serão encaminhados para os frigoríficos. 

Registro no momento da refeição para encarar o trabalho. (Foto: Dick Arruda)Registro no momento da refeição para encarar o trabalho. (Foto: Dick Arruda)
Na varanda, a simplicidade do café da manhã. (Foto: Dick Arruda)Na varanda, a simplicidade do café da manhã. (Foto: Dick Arruda)
Montar no cavalo faz parte da rotina nos dias de embarque. (Foto: Dick Arruda)Montar no cavalo faz parte da rotina nos dias de embarque. (Foto: Dick Arruda)
Mas a fé não é deixada de lado para que tudo dê certo. (Foto: Dick Arruda)Mas a fé não é deixada de lado para que tudo dê certo. (Foto: Dick Arruda)
 

E foi pelo olhar do fotógrafo Dick Arruda, que a família conseguiu eternizar o jeito simplório de como tudo é feito dentro da propriedade com quase 100 anos. “Ele mostrou a fazenda que é um amor para vida inteira”, diz Estelimar. “É a fazenda que meus avós compraram quando vieram para Mato Grosso, em 1930. Foi ali que eles recomeçaram a vida, criaram a família e eu cresci na fazenda. É um lugar que foi a infância dos meus pais e dos meus filhos”, descreve.

O valor histórico e afetivo foi o que motivou Elismar a registrar os detalhes. “Já são quatro gerações de histórias com essa fazenda, eu espero que meus filhos também mantenham essa história, mas fotografia é para que esse trabalho que foi ensinado pelos nossos avós não seja esquecido”.

As fotos realmente são uma imersão no clima da fazenda, do dia de embarque que começou nublado, mas viu o sol sair ainda no início da manhã. Do café da manhã reforçado para aguentar o tranco do trabalho duro. Do sorriso e bate papo em família nos minutinhos de intervalo. Da fúria dos animais quando escutam muito barulho e até da fé que não é deixada de lado antes de começar e terminar o dia, onde a foto mostra pai, mãe e filhos em uma oração para mais um dia de trabalho.

“Na correria do dia a dia a gente faz um trabalho completo sem nem perceber os passos que está dando. Por isso chegou um momento que eu senti a necessidade de registrar. Uma hora chegarão os meus netos e eu quero que vejam como é a história da nossa família”, completa.

Esse é o momento do trato, hora de alimentar os animais. (Foto: Dick Arruda)Esse é o momento do "trato", hora de alimentar os animais. (Foto: Dick Arruda)
Cada canto e detalhe da fazenda são únicos na vida da família. (Foto: Dick Arruda)Cada canto e detalhe da fazenda são únicos na vida da família. (Foto: Dick Arruda)
Os animais que há anos integram o cenário da fazenda. (Foto: Dick Arruda)Os animais que há anos integram o cenário da fazenda. (Foto: Dick Arruda)
E o trabalho é feito com toda alegria. (Foto: Dick Arruda)E o trabalho é feito com toda alegria. (Foto: Dick Arruda)

O fotógrafo afirma que esse estilo de fotografia tem sido uma das experiências mais transformadoras. “Não é só reproduzir o básico, aquele sorriso forçado, só para sair bem na foto. É conseguir captar a essência das pessoas, colocar sentimento em cada registro”, afirma Dick.

Ele diz que começou este trabalho em Campo Grande há um ano, inspirado nos fotógrafos Renato De Paula e Bernal Freitas que chegam a registrar uma única família por aproximadamente 24 horas. “Porque apesar de um evento ser especial para uma pessoa, o cotidiano dela também é muito especial, é cheio de detalhes que às vezes elas nem percebem, mas quando olham na fotografia, se emocionam”.

Mas para garantir a espontaneidade, Dick afirma que é preciso identificação com os clientes, já que usa presença é primeira e principal interferência dentro do ensaio. “Não é qualquer pessoa que vai me colocar durante 12 horas dentro da casa dela, invadindo sua privacidade e fotografando, por isso, todos os meus clientes tem se aproximado com um bom diálogo”.

Um serviço como esse pode custar a partir de R$ 1,5 mil para quem mora em Campo Grande. Mas o preço varia de acordo com a localização, tipos de fotos e tempo que o profissional vai dedicar para registrar todos os detalhes.

Veja nas galerias outros ensaios documentais feitos por Dick Arruda.

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